O presidente em exercício, Hamilton Mourão (Republicanos) concedeu pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite deste sábado (31). Ele assumiu a Presidência da República depois que Jair Bolsonaro (PL) deixou o país com destino aos Estados Unidos nesta sexta-feira (30).
O pronunciamento durou sete minutos e Mourão fez um balanço de ações do atual governo e disse que, a partir deste domingo (1º), quando o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomará posse, que o Brasil mudará de governo, mas não de regime.
“Destaco que, a partir do dia 1º de janeiro mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos o caráter democrático, com poderes equilibrados e harmônicos”, afirmou.
Sem citar o nome de Bolsonaro, Mourão também criticou o silêncio de “lideranças” que, durante o processo democrático, permitiram a criação de um clima de caos no país.
“Lideranças que deveriam tranquilizar e unir a nação em torno de um projeto de país deixaram com que o silêncio ou o protagonismo inoportuno e deletério criasse um clima de caos e de desagregação social e de forma irresponsável deixaram que as Forças Armadas de todos os brasileiros pagassem a conta. Para alguns, por inação e, para outros por fomentar um pretenso golpe”, diz em trecho do pronunciamento.
Mourão também se dirigiu aos apoiadores do atual governo, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
“Muito obrigado por teu voto, desejo concitá-los a lutar pela preservação da democracia, aos nossos valores, ao Estado de Direito e à consolidação de uma economia liberal forte, autônoma e pragmática”, disse.
Com relação à ações do atual governo, Mourão disse que a administração dele e de Bolsonaro entregarão um país “equilibrado” ao futuro governante.
“Trabalhamos e entregaremos ao próximo governo um pais equilibrado, livre de práticas sistemáticas de corrupção e com as contas publicas equilibradas, projetando o Brasil como uma das economias mais prósperas do mundo”, afirmou. “Tais iniciativas permitiram pleitear o ingresso do país na OCDE, o que possibilitará a melhoria nos acesso a mercados. Cabe destacar que a OCDE tem como princípios básicos a democracia e o livre mercado”, afirmou.
Mourão afirmou, ainda, que o governo enfrentou desafios, principalmente na questão do meio ambiente e preservação da Amazônia.
“Nem todas as empreitadas obtiveram o sucesso que almejávamos. Na área ambiental, por exemplo, tivemos percalços, embora, nesse último ano tenhamos alcançado uma redução importante no desmatamento da Amazônia. Contudo, a região ainda necessita de muito trabalho e de cuidados específicos, engajando as elites e as comunidades locais, cortejados permanentemente pela sanha precatória oriunda dos tempos coloniais”, afirmou.