Indígena Pataxó, Maria Flor Guerreira é uma das manifestantes do Grito dos Excluídos e Excluídas que abriu os atos no bairro Lagoinha, na região Noroeste de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (7). O movimento, que acontece há 28 anos no 7 de setembro, é composto por pastorais e entidades sociais.
Da tribo oriunda do sul da Bahia, Maria vive em Santa Luzia, na região Metropolitana da capital, mas seu cacique é de Carmésia, no Rio Doce. “O nosso objetivo como indígena é megafonizar, é ter a nossa voz em todos os lugares, porque nós resistimos e resistimos, estamos em Belo Horizonte, estamos em Minas, estamos no Brasil, estamos buscando os nossos direitos, não só indígenas, mas o direito a vida de todos os tipos de vida”, disse.
De acordo com ela, o movimento acontece próximo à Pedreira Prado Lopes, onde o terminará o ato. “As pedras de Belo Horizonte vieram da Pedreira e, no entanto, hoje, ela está precisando de infraestrutura. Não dá para a Pedreira ser difamada, porque lá tem gente boa, tem gente precisando de políticas públicas de qualidade e por isso que a gente tem que participar sim. É o nosso lugar também, o povo belo-horizontino é oriundo desse preto, desse povo indígena, desse povo de mão de obra terceirizada e desqualificada”, acrescentou.
Entenda o movimento
De um lado da cidade, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se concentram na manhã desta quarta-feira, feriado de 7 de Setembro, na Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Do outro, pastorais, movimentos sociais e entidades do
A marcha começa às 9h, na Praça Vaz de Melo, na esquina da avenida Antônio Carlos com a Rua Além Paraíba, e será encerrada na Ocupação Pátria Livre, na Pedreira Prado Lopes.
O trajeto alternativo aos tradicionais, sempre no centro da cidade, minimiza a possibilidade de os participantes se encontrarem com apoiadores de Bolsonaro (PL).
O lema deste ano, quando é comemorado o bicentenário da independência, é “Vida em primeiro lugar, Brasil: 200 anos de (in) dependência para quem?”.
“A gente grita pelos povos e comunidades indígenas, A gente grita pelas comunidades atingidas e resistentes. A gente grita por uma reforma agrária popular. A gente grita contra a violência contra a mulher e o racismo”, disse Valdeci Campos de Souza, da Comissão Pastoral da Terra.
O encerramento da manifestação ocorrerá com apresentações culturais e intervenções políticas.