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PT vai à Justiça Eleitoral contra gastos do PL com anúncios de jingle de Bolsonaro nas redes sociais

Partido de Lula diz que PL violou regra que prevê ‘moderação gastos’ com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais

Impulsionamento de vídeos com jingle de Bolsonaro ocorreu às vésperas de convenção do PL

O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma representação contra o Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, por impulsionamento de anúncios em plataformas de rede social. Os petistas acusam o PL de gastar R$ 742 mil na promoção de 15 anúncios no Youtube de vídeos que divulgavam conteúdo favorável a Bolsonaro, entre eles o jingle da campanha.

O impulsionamento de anúncios não é proibido pela Lei Eleitoral, no entanto, deve observar algumas regras, como a “moderação de gastos” - justamente o ponto que é questionado pelo PT.

“Em regra, é proibida a divulgação de propaganda paga na internet, mas a lei abriu uma exceção para o impulsionamento de conteúdo. Atualmente, a legislação admite essa prática, desde que observadas condições predeterminadas”, diz trecho da peça do partido encaminhado à Justiça Eleitoral.

A Lei Eleitoral não cita um parâmetro de volume de recursos que poderiam ser gastos, mas para o PT, o partido gastou um valor muito maior do que outras legendas.

“Observando-se o cenário de gastos realizados para o impulsionamento de conteúdo político-eleitoral na plataforma Google no Brasil, vê-se que nenhuma outra sigla ou pré-candidato chegou sequer perto dos valores dispendidos pelo Partido Liberal”, diz a ação, que lista os gastos de outros partidos:

  • PL: R$ 742 mil em dois dias

  • PSDB: R$ 242 mil em 8 meses

  • União Brasil: R$ 109 mil em 8 meses

  • PT: R$ 68 mil em 8 meses

  • MDB: R$ 60 mil em 8 meses

  • Progressistas: R$ 33,5 mil em 8 meses

  • Republicanos: R$ 6 mil em 8 meses

“Destaca-se: o Partido Liberal, em apenas dois dias, gastou com impulsionamento de conteúdo na internet, 143% do que foi gasto por todos os demais nove partidos que formam as dez maiores bancadas na Câmara dos Deputados em 8 meses”, diz o PT.

Na ação, o partido de Lula também pede, ainda, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) investigue a origem dos recursos empregados no impulsionamento para verificar se houve “aplicação indevida de recursos do Fundo Partidário”.

Editor de política. Foi repórter no jornal O Tempo e no Portal R7 e atuou no Governo de Minas. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tem MBA em Jornalismo de Dados pelo IDP.