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Profissionalismo, anestesia e pós-operatório tranquilo são essenciais para a castração de gatos

Muito além de evitar ninhadas, a castração preventiva é aliada da saúde, comportamento e controle populacional dos felinos

A esterilização planejada representa um compromisso com a saúde individual do felino e com o bem-estar coletivo

Castrar um gato envolve muito mais do que uma decisão estética ou reprodutiva. A esterilização precoce traz benefícios que vão desde a prevenção de doenças graves até a manutenção de um comportamento equilibrado.

No Brasil, conforme explicam técnicos do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV-SP), a castração é eficaz no controle populacional, redução de zoonoses e melhora da qualidade de vida dos animais.

Castrar gatas antes do primeiro cio reduz em até 90 % o risco de câncer de mama; machos tornam-se menos territoriais e agitados, de acordo com a American Veterinary Medical Association (AVMA).

A entidade afirma que castrar uma fêmea antes do primeiro cio reduz drasticamente os riscos de infecções uterinas e câncer de mama, até 90 % nos gatos.

Em machos, a remoção dos testículos evita tumores testiculares, prostata aumentada e comportamentos como marcação de território, briga e fuga.

Conforme orienta o Hospital Veterinário Batel, em fêmeas a castração ainda previne piometra, pseudociese e elimina o cio, o que evita o estresse. Nos machos, a cirurgia reduz agressividade, disputa territorial e o risco de acidentes.

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O procedimento: simples, mas com cuidados importantes

A castração felina é feita por meio de ovariectomia (fêmeas) ou orquiectomia (machos), geralmente com anestesia inalatória segura e monitoramento veterinário.

Segundo o VCA Animal Hospitals, a anestesia permitida e o pós-operatório supervisionado, incluindo fluidoterapia e controle da dor, garantem recuperação rápida e sem grandes complicações.

É recomendável realizar a cirurgia entre os quatro e seis meses de idade (antes do primeiro cio), de acordo com a AVMA.

Benefícios comprovados da castração:

  • Previne câncer de mama (até 90 %) e infecções uterinas graves (piometra);
  • Evita tumores testiculares e diminui distúrbios da próstata;
  • Reduz marcação de território, fuga, agressividade e miados em fêmeas no cio;
  • Contribui para diminuir o abandono e superpopulação de gatos de rua;
  • Evita doenças transmissíveis (como algumas zoonoses) e melhora a convivência urbana.

A esterilização planejada representa um compromisso com a saúde individual do felino e com o bem-estar coletivo.

Além de prolongar a vida e reduzir doenças, contribui para reduzir o número de animais abandonados, prática recomendada pelo Ministério da Saúde no contexto da política nacional de controle de zoonoses.

Ao castrar seu gato, os tutores garantem um futuro mais saudável para ele e ainda ajudam a construir cidades mais seguras e compassivas.

Antes de marcar a cirurgia, os tutores devem consultar um médico‑veterinário para definir o timing ideal, preparar o pré‑operatório e planejar o pós‑operatório.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.