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O que você precisa saber ao escolher a serragem certa para hamster

Escolha interfere diretamente no bem-estar do animal, já que influencia na higiene, absorção da urina e até saúde respiratória do pet

O tipo de serragem deve ser escolhido com cuidado, para evitar riscos que vão desde irritações nas vias respiratórias até lesões na pele

Cuidar do ambiente em que um hamster vive é tão importante quanto oferecer alimentação adequada e enriquecimento. Um dos pontos que mais gera dúvida entre tutores é a escolha da serragem que ficará no fundo da gaiola.

Essa decisão interfere diretamente no bem-estar do animal, já que o substrato influencia na higiene, na absorção da urina e até na saúde respiratória.

Segundo a Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens (ABRAVAS), roedores como hamsters são altamente sensíveis a cheiros fortes, poeira e umidade excessiva.

Por isso, o tipo de serragem deve ser escolhido com cuidado, para evitar riscos que vão desde irritações nas vias respiratórias até lesões na pele.

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Quais materiais são seguros para o hamster

A serragem de madeira é a opção mais lembrada por tutores, mas nem toda madeira é indicada. Produtos derivados de pinus e cedro, por exemplo, liberam óleos aromáticos que podem ser tóxicos.

O alerta já foi feito em nota pela American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), que recomenda evitar esses tipos de substrato.

O ideal é optar por materiais neutros e livres de poeira, como ressaltam as orientações do Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), do Reino Unido. Além da segurança, a serragem adequada precisa ter boa absorção e ajudar a controlar o odor do ambiente.

Entre os substratos considerados mais seguros estão:

  • Serragem de álamo (aspen), amplamente utilizada, sem resinas tóxicas e com boa absorção;
  • Papel reciclado prensado ou picado, pois é hipoalergênico, macio e menos propenso a gerar poeira;
  • Fibras vegetais específicas para pets encontradas em versões comerciais são seguras e de fácil manutenção;
  • Granulado de milho processado: uma alternativa natural, mas que precisa de troca frequente por ser menos absorvente.

Além da escolha do material, a rotina de limpeza da gaiola é fundamental para prevenir doenças. O Manual de Manejo de Roedores Domésticos da Universidade de Cambridge destaca que o acúmulo de urina e restos de comida em ambientes pequenos pode favorecer infecções respiratórias e de pele.

De acordo com a ABRAVAS, a recomendação é retirar áreas molhadas diariamente e fazer a troca completa da serragem pelo menos uma vez por semana. A higienização deve incluir a lavagem da gaiola com água morna e sabão neutro, evitando produtos com cheiros fortes.

Como reforça a RSPCA, “o substrato deve permitir que o hamster cave e construa tocas, comportamentos naturais essenciais para seu bem-estar”.

Ou seja, além de garantir higiene, o material escolhido precisa respeitar os instintos do animal, oferecer conforto térmico e espaço para expressar comportamentos típicos da espécie.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.