Assim como os humanos, os cães são animais sociais e capazes de criar vínculos seletivos. Isso significa que, além de se relacionarem bem em grupo, eles podem desenvolver uma preferência clara por determinados companheiros, com os quais estabelecem laços mais próximos e duradouros.
Essa escolha não é aleatória: fatores como compatibilidade de energia, temperamento e experiências compartilhadas influenciam quem será o “amigo preferido” do cachorro.
Pesquisas em comportamento animal apontam que os cães apresentam sinais de amizade seletiva em diferentes contextos, seja em parques, creches, abrigos ou dentro de casa.
Estudos conduzidos pelo Animal Behavior and Cognition Lab da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, mostram que cães passam mais tempo brincando, explorando ou descansando próximos àqueles com quem têm afinidade, comportamento que não se repete da mesma forma com todos os indivíduos.
Na prática, isso se traduz em interações mais longas, sincronizadas e harmoniosas. Enquanto alguns cães podem tolerar diversos colegas, é comum que escolham um parceiro específico para dividir momentos de brincadeira ou apoio em situações estressantes.
Essa dinâmica reforça a ideia de que os vínculos caninos funcionam de maneira semelhante às amizades humanas: construídas na base da confiança e da convivência positiva.
Como os tutores podem identificar e valorizar essas relações
Observar a linguagem corporal é o caminho mais eficaz para perceber quando um cão demonstra preferência por outro.
Entre os principais sinais estão brincadeiras frequentes e equilibradas, troca de olhares amistosos, descanso lado a lado e disposição para dividir recursos como brinquedos ou espaço.
Segundo a American Kennel Club (AKC), a formação dessas amizades contribui diretamente para o bem-estar, já que aumenta a sensação de segurança e reduz níveis de estresse.
Indícios de o cachorro encontrou um amigo preferido:
- Brincadeiras mais frequentes e prolongadas com o mesmo parceiro;
- Postura corporal relaxada e sinais de convite para interação (como o “play bow”);
- Procura pelo companheiro em diferentes momentos do dia;
- Compartilhamento de locais de descanso, muitas vezes encostados;
- Apoio mútuo em situações desafiadoras, como ambientes novos ou barulhentos.
Reconhecer essas relações é essencial para o tutor, pois permitirá organizar socializações de forma saudável e priorizar parceiros com os quais o cão realmente se sente bem, além de evitar experiências negativas com indivíduos pouco compatíveis.
Planejar passeios, brincadeiras e até estadias em creches levando em conta os amigos preferidos do animal garante mais equilíbrio emocional e qualidade de vida.