Gatos são naturalmente curiosos e costumam explorar o ambiente com atenção aos odores, texturas e sabores. Essa característica faz parte do seu comportamento natural dos felinos, mas também pode colocá-los em risco de ingestão de substâncias tóxicas, muitas vezes presentes em produtos comuns no dia a dia.
Por isso, tutores devem saber reconhecer os sinais de envenenamento e saber agir com rapidez para salvar a vida do animal. De acordo com a American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), os principais agentes tóxicos para gatos incluem medicamentos humanos (como analgésicos e antidepressivos), produtos de limpeza, pesticidas, plantas ornamentais (como lírios) e alimentos como chocolate, uvas e cebola.
“Gatos têm metabolismo diferente do humano e do canino, o que faz com que pequenas quantidades de certas substâncias possam ser extremamente prejudiciais”, alerta o Centro de Controle de Intoxicações da ASPCA.
Quais são os sinais de alerta
O envenenamento pode provocar sintomas variados, dependendo da substância e da quantidade ingerida, mas os sinais mais comuns são:
- Vômito ou diarreia;
- Salivação excessiva;
- Tremores, convulsões ou desorientação;
- Dificuldade para respirar;
- Pupilas dilatadas ou contraídas;
- Sangramento nasal ou pelas gengivas.
Segundo a Associação Brasileira de Medicina Veterinária Legal, a evolução dos sintomas pode ser rápida e silenciosa.
“Muitos tutores só percebem algo errado quando o quadro já está agravado. Por isso, qualquer alteração no comportamento ou sinais físicos inusitados devem ser levados a sério”, afirma a entidade.
O que fazer em caso de suspeita
Ao notar sintomas compatíveis com intoxicação, leve imediatamente o gato a um veterinário. Tentar provocar vômito em casa pode piorar o quadro, dependendo da substância ingerida. Anote o que o animal pode ter comido, o horário e leve amostras do produto ou embalagem.
“Nunca administre medicamentos caseiros ou humanos por conta própria. A automedicação é um dos maiores agravantes em casos de envenenamento”, alerta a professora Fernanda Fragata, médica-veterinária do Hospital Veterinário da Universidade Anhembi Morumbi, em entrevista ao portal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).
Como prevenir
A melhor forma de evitar o envenenamento é eliminar o acesso do gato a substâncias perigosas. Os tutores devem armazenar produtos de limpeza e medicamentos em armários trancados, evitar o uso de venenos em locais acessíveis e pesquisar sobre plantas tóxicas antes de inseri-las em casa.
É importante também redobrar a atenção em passeios controlados com coleira ou acesso ao quintal. A International Cat Care, organização britânica voltada ao bem-estar felino, recomenda manter uma lista atualizada de emergências veterinárias e entrar em contato imediatamente caso algo fuja ao normal. “A rapidez no atendimento é fundamental para minimizar os efeitos da intoxicação”, destaca a entidade.
Reconhecer os riscos e agir com rapidez são atitudes que salvam vidas. Manter o ambiente seguro, observar o comportamento do animal e buscar orientação veterinária são cuidados essenciais para quem convive com felinos.