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Gatos que vivem só ‘dentro de casa’ não estão livres de parasitas; saiba como agir

Especialistas alertam que a prevenção contínua é importante mesmo para animais que não vão para a rua

Observar e tratar pulgas no gato é apenas uma parte da solução. O restante está no ambiente, o que reforça a importância de medidas preventivas contínuas

Diferentemente do que a maioria pensa, gatos que não saem de casa não estão livres de parasitas. Pulgas, por exemplo, podem ser trazidas por humanos em roupas, bolsas e sapatos. Os ovos das fêmeas (que produzem até 50 deles por dia) caem rapidamente no ambiente doméstico e mantêm o ciclo de infestação mesmo sem contato com o exterior.

Além disso, a fase de pupa, que é o estágio mais resistente, pode permanecer inativa por meses, esperando condições ideais para se tornar uma pulga adulta.

A American Association of Feline Practitioners (AAFP ou, em português, Associação Americana de Clínicos de Felinos) reforça que “mesmo gatos que vivem apenas dentro de casa têm risco real de infecção parasitária e devem receber prevenção contínua”.

Veterinários destacam que o controle de pulgas deve combinar o uso de produtos específicos com a manutenção do ambiente doméstico. A AAFP orienta em cartilha:

“O tutor deve administrar regularmente antipulgas e garantir limpeza adequada de camas, tapetes e objetos do animal, prevenindo doenças como dermatite alérgica e transmissão de Bartonella”.

Observar e tratar pulgas no gato é apenas uma parte da solução. O restante está no ambiente, o que reforça a importância de medidas preventivas contínuas.

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As pulgas estão entre os parasitas externos mais comuns em gatos e podem causar desde coceiras persistentes até doenças mais sérias, como dermatite alérgica e a transmissão de verminoses.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), a prevenção é a melhor estratégia, já que infestações avançadas comprometem não apenas os animais, mas todo o ambiente doméstico.

Cuidados essenciais para proteção

O uso de antipulgas deve ser feito de forma criteriosa e sob orientação veterinária. Afinal, existem diferentes apresentações, como pipetas, comprimidos, sprays e coleiras, e cada uma com características próprias.

“O controle de parasitas deve ser contínuo e adaptado à rotina do animal. Não basta aplicar uma única vez e esquecer”, alerta a veterinária Renata Ferrarini, em publicação do CFMV.

Entre os principais cuidados na escolha, destacam-se:

  • Respeitar a idade e o peso indicados pelo fabricante;
  • Avaliar condições específicas de saúde, como doenças hepáticas e renais;
  • Evitar produtos destinados a cães, que podem ser tóxicos para gatos;
  • Garantir a regularidade das aplicações para interromper o ciclo de reprodução das pulgas.

De acordo com a American Association of Feline Practitioners (AAFP), gatos expostos ao ambiente externo ou que convivem com cães devem receber atenção redobrada, pois o risco de infestação aumenta.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.