Ouvindo...

Como evitar brigas entre cachorros e como agir em caso de conflito

Elas fazem parte do comportamento canino em disputas territoriais ou por recursos, mas podem, e devem, ser evitadas

Entender os sinais de alerta, oferecer suporte adequado e buscar ajuda especializada são atitudes fundamentais para garantir a segurança de todos

Quando dois cães entram em confronto, a situação pode ser tensa e perigosa, tanto para os animais quanto para os tutores.

Elas podem ter motivações diversas, principalmente quando envolvem espaço, brinquedos, comida ou atenção dos tutores.

Fatores hormonais, histórico de maus-tratos e ausência de socialização também podem influenciar em comportamentos violentos entre animais.

Outros fatores comuns:

  • Mudança de rotina ou introdução de um novo cão no ambiente;
  • Estresse por confinamento prolongado ou falta de exercícios;
  • Presença de fêmea no cio entre machos não castrados;
  • Reforço involuntário de comportamentos agressivos pelos tutores.

“Muitos conflitos entre cães são evitáveis com a leitura correta da linguagem corporal e com uma introdução gradual em ambientes neutros”, aponta a American Veterinary Society of Animal Behavior (AVSAB) em guia sobre agressividade canina.

Os sinais que precedem uma briga incluem rosnados, postura corporal rígida, olhar fixo, pelos eriçados e exibição de dentes.

“Esses sinais devem ser interpretados como avisos. Ignorá-los aumenta o risco de conflito físico”, destaca o Manual de Comportamento Animal da Universidade de São Paulo (USP).

Leia também

Como intervir com segurança

Ao presenciar uma briga, nunca se deve tentar separar os cães com as mãos ou colocando o corpo entre eles, pois o risco de mordidas é grande.

A orientação do Conselho Federal de Medicina Veterinária é utilizar barulhos altos, jatos de água ou objetos para distrair os animais.

“A prioridade é preservar a integridade dos envolvidos e interromper o comportamento agressivo sem contato direto”, orienta o CFMV.

Após o incidente, os animais devem ser avaliados fisicamente por um veterinário. Mesmo sem ferimentos aparentes, podem haver lesões internas ou traumas psicológicos.

Em casos recorrentes, os tutores podem experimentar o acompanhamento de um médico-veterinário comportamentalista.

A prevenção é sempre o melhor caminho. Socializar os cães desde filhotes, promover interações supervisionadas, respeitar o espaço individual de cada um e oferecer atividades físicas e mentais são medidas importantes para se ter ao criar cães em casa.

A Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals (RSPCA), do Reino Unido, recomenda que os tutores fiquem atentos a mudanças de comportamento, evitem competição direta entre os animais e criem ambientes seguros e enriquecidos.

“Mesmo cães que convivem harmoniosamente podem se estranhar diante de estímulos inesperados”, aponta a entidade.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.