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Aprenda a prevenir e tratar a otite canina externa; sintomas podem ser sutis

Inflamação atinge o canal auditivo dos pets e não cuidar delas pode agravar o quadro de saúde dos animais

A orelha caída, a presença de pelos no conduto auditivo e banhos frequentes podem contribuir para o desenvolvimento da otite, apontam especialistas

A otite externa é uma inflamação que atinge o canal auditivo dos cães e está entre as doenças mais comuns em consultórios veterinários. Coceira, mau cheiro, secreção e dor são alguns dos sinais que chamam a atenção dos tutores, mas muitas vezes o problema só é percebido quando já está avançado.

Além do desconforto para o animal, a falta de cuidado pode agravar o quadro e levar a complicações como otite média e interna.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), o ouvido dos cães possui particularidades anatômicas que favorecem o acúmulo de umidade e sujeira.

“A orelha caída, a presença de pelos no conduto auditivo e banhos frequentes podem contribuir para o desenvolvimento da otite”, destaca a entidade em guia de orientação.

Para os tutores, reconhecer os sinais e adotar medidas preventivas faz toda a diferença:

  • Observar sinais de coceira, odor, secreção ou vermelhidão em um ou nos dois ouvidos;
  • Evitar banhos excessivos e sempre secar bem a região após contato com água;
  • Fazer limpezas apenas com soluções recomendadas por veterinários;
  • Manter visitas periódicas ao vet, principalmente em casos recorrentes;
  • Procurar atendimento imediato ao notar sintomas persistentes ou dor.
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Fatores que favorecem a inflamação

A otite externa pode ter diferentes origens, e identificar a causa é fundamental para o tratamento correto.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) aponta que fungos, bactérias e ácaros estão entre os agentes mais frequentes, mas fatores alérgicos e irritativos também podem estar envolvidos.

Raças como Cocker Spaniel, Basset Hound e Golden Retriever, por exemplo, apresentam maior predisposição devido ao formato das orelhas, que dificulta a ventilação.

Além disso, a limpeza incorreta ou excessiva também pode ser prejudicial. O uso de hastes flexíveis ou de soluções caseiras pode remover a proteção natural do ouvido, aumentando o risco de infecção.

A American Kennel Club (AKC) reforça que alergias alimentares ou dermatológicas podem se manifestar nos ouvidos, tornando a otite um sintoma de um problema mais amplo de saúde.

O diagnóstico deve sempre ser feito pelo médico-veterinário, com exame físico e, em alguns casos, coleta de material para análise. Interromper o tratamento antes do tempo indicado ou tentar soluções caseiras pode agravar a situação.

Como orienta a Petz, “seguir corretamente a prescrição e retornar para reavaliação são passos essenciais para o sucesso terapêutico”.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.