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Filhotes devem ter alimentação adequada e específica para a idade

Muitos tutores cometem o erro de ofertar aos filhotes ração para cães adultos; conheça riscos

Oferecer ração de adulto para filhotes pode comprometer o bem-estar deles

A alimentação dos cães deve ser adaptada conforme sua fase de vida, pois ela é a base para garantir um desenvolvimento saudável. Oferecer ração de adulto para filhotes pode comprometer o bem-estar deles.

Isso porque os filhotes estão em uma fase de rápido desenvolvimento, o que exige uma dieta rica em energia, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais.

Segundo a médica-veterinária Tatiana De Vita, “os filhotes de cães demandam mais energia para seu desenvolvimento porque estão em fase de crescimento: crescimento dos órgãos, ossos, pele, músculos. Portanto, a ração de filhotes deve ter uma concentração energética maior, com mais proteínas, mais gorduras, mais vitaminas, mais minerais quando comparada à de adultos, para suprir essa demanda de nutrientes”.

A ração de adulto, por sua vez, é formulada para manter a saúde de cães que já completaram seu desenvolvimento e carregar menores teores desses nutrientes. Portanto, não atende às necessidades específicas dos filhotes.

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Riscos de oferecer ração inadequada

Oferecer ração de adulto para filhotes pode acarretar alguns problemas, lista a empresa Purina em seu site:

  • Déficit de crescimento: a falta de nutrientes essenciais pode comprometer o desenvolvimento ósseo e muscular.
  • Problemas digestivos: a composição da ração de adulto pode ser de difícil digestão para o sistema gastrointestinal ainda imaturo dos filhotes.
  • Deficiências nutricionais: a ingestão inadequada de vitaminas e minerais pode levar a doenças e baixa imunidade.

Quando e como fazer a transição alimentar

A transição da ração de filhote para a de adulto deve ser feita no momento adequado, que varia conforme o porte do cão.

“Algumas raças miniaturas podem trocar a ração para adulto antes dos 12 meses. Cães de pequeno e médio porte podem fazer essa transição entre 10 e 12 meses de vida”, diz De Vita em entrevista ao portal Patas da Casa.

Ainda de acordo com ela, cães de raças grandes e gigantes podem precisar da alimentação do filhote por mais tempo, e podem ficar de 12 até 24 meses com a ração para cachorro filhote.

Mas trata-se de uma média. A consulta com um médico-veterinário ainda é a melhor forma de determinar o momento ideal e seguro para uma transição.

A troca deve ocorrer de forma gradual, e a especialista recomenda misturar as duas rações por cerca de uma semana, para evitar problemas digestivos e transtornos gastrointestinais, como vômitos, diarreia e recusa alimentar.

“O trato gastrointestinal do animal precisa de tempo para se adaptar à nova composição nutricional”, orienta a médica-veterinária Karina Mussolino, da Petz, em conteúdo publicado no blog oficial da marca.

Durante o processo de misturar a nova ração à anterior, ela recomenda aumentar a proporção da nova ração aos poucos e observar a resposta do animal ao novo alimento.

Sinais de apatia, fezes muito moles ou falta de apetite podem indicar a necessidade de reavaliar a nova ração com orientação profissional.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.