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Tamanho do aquário influencia no número e no tipo de animais que podem habitá-lo

Espécies compatíveis, manutenção adequada e respeito à legislação formam a base para a criação de peixes e outros animais aquáticos em casa

Escolher os animais certos evita sofrimento e garante um aquário saudável

Montar um aquário pode parecer simples, mas exige planejamento cuidadoso, escolha criteriosa das espécies e respeito às normas ambientais.

Além de afetar diretamente o bem-estar dos animais, erros na montagem ou manutenção do sistema aquático podem causar desequilíbrios no ecossistema e levar à morte de peixes e invertebrados.

O primeiro passo para garantir um aquário saudável é entender que nem todas as espécies são compatíveis entre si e que o tamanho do aquário também influencia diretamente no número e no tipo de animais que podem habitá-lo.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é fundamental adquirir apenas espécies autorizadas para comércio e manter o ambiente limpo e estável.

“A escolha de animais exóticos ou capturados ilegalmente é crime ambiental e pode gerar multas e sanções”, informa o órgão em cartilha de orientação para aquarismo.

Além disso, especialistas alertam para a necessidade de pensar no aquário como um ecossistema em miniatura.

Em entrevista ao portal do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (CRMV-SP), o veterinário e especialista em aquarismo Marco Aurélio Batista explica que “o ambiente precisa ser filtrado, iluminado e monitorado constantemente, com parâmetros como pH e temperatura dentro da faixa ideal para cada espécie”.

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Animais aquáticos exigem cuidados específicos

No Brasil, é comum encontrar espécies de peixes tropicais ornamentais em lojas especializadas.

Mas nem todos os animais disponíveis para venda são adequados para quem está começando no aquarismo ou para espaços reduzidos.

A compra responsável deve considerar o comportamento, o crescimento, a dieta e as necessidades de convivência de cada animal.

Segundo o Ibama, apenas estabelecimentos credenciados podem comercializar animais aquáticos para fins ornamentais, e o consumidor deve sempre exigir nota fiscal e verificar se o fornecedor possui licença.

A aquisição consciente reduz o risco de introdução de espécies invasoras e ajuda a proteger a fauna nativa.

Veja alguns animais indicados para aquários domésticos:

  • Betta: muito popular por sua beleza e facilidade de cuidado. Vive melhor sozinho em aquários pequenos e não requer filtragem sofisticada, mas precisa de água limpa e temperatura controlada;
  • Platy:peixe pacífico e colorido, ideal para aquários comunitários. Se adapta bem e se reproduz com facilidade;
  • Guppy: resistente e versátil, é indicado para iniciantes. Vive bem em grupo e ajuda no controle de larvas de mosquito;
  • Molinésia: peixe robusto, sociável e adaptável. Prefere águas com leve salinidade e convive bem com outras espécies pacíficas;
  • Corydora: peixe de fundo que ajuda na limpeza do aquário, vive em grupos e contribui para o equilíbrio do ambiente;
  • Caramujo ampulária: além de decorativo, se alimenta de restos de ração e algas. Não compromete as plantas e ajuda na manutenção do aquário;
  • Camarão Neocaridina: pequeno, colorido e ativo. Pode ser mantido com peixes pacíficos e atua como “faxineiro” do aquário.
Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.