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Castração e prevenção são fundamentais para a saúde peniana dos gatos

Com cuidados simples e observação atenta, o sistema reprodutor felino funciona de forma saudável e sem complicações

A castração precoce é recomendada pela maioria dos profissionais como medida de saúde e controle populacional felino

Os tutores quase não param para pensar, já que o pênis do gato é pouco visível no dia a dia e fica protegido dentro de uma bolsa chamada prepúcio.

Mas ele só se exterioriza em momentos específicos, como durante o acasalamento ou a higiene do animal.

Quando o órgão permanece exposto por muito tempo, há risco de inflamação e ressecamento, o que exige avaliação veterinária imediata.

Um dos aspectos mais singulares dessa anatomia são as chamadas espículas penianas: pequeninas estruturas rígidas semelhantes a espinhos, que surgem após a puberdade.

De acordo com a médica-veterinária Luana Sartori, em entrevista ao Blog da Petz, “as espículas são estruturas queratinizadas que ajudam a estimular a ovulação da fêmea durante o ato sexual. Elas desaparecem após a castração”.

Segundo material publicado no portal Perito Animal, essas espículas também atuam como forma de evitar que o sêmen de outro macho substitua o do parceiro dominante.

“A retirada precoce dos testículos evita o desenvolvimento das espículas, contribuindo para o bem-estar do animal e reduzindo comportamentos de marcação e agressividade”, explica o site, especializado em comportamento e saúde animal.

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Espículas, ovulação induzida e implicações clínicas

O sistema reprodutor dos gatos é composto por testículos, epidídimos, ductos deferentes, próstata e o pênis, que é do tipo musculocavernoso e se projeta para trás quando est[a em repouso.

Por causa das espículas, o acasalamento pode ser doloroso para a fêmea e é justamente esse desconforto que provoca a ovulação, já que as gatas não ovulam espontaneamente. Esse tipo de ovulação induzida aumenta as chances de fertilização.

Doenças que podem afetar o pênis do gato

O portal Cobasi alerta que, embora as espículas desapareçam com a castração, o tutor deve observar qualquer alteração na região genital, principalmente se o pênis estiver exposto de forma contínua ou houver lambedura excessiva.

O conhecimento da anatomia genital do gato ajuda a identificar possíveis sinais de alerta. Entre os problemas que mais afetam o órgão estão:

  • Cálculos urinários (urólitos):podem obstruir a uretra e causar dor intensa, apatia e sangue na urina.Segundo a veterinária Luana Sartori, da Petz, “em caso de obstrução total, é necessário atendimento emergencial, pois há risco de óbito”.
  • Parafimose:ocorre quando o pênis sai do prepúcio, mas não consegue retornar à sua posição natural. De acordo com o Blog da Cobasi, isso pode ser causado por pelos enroscados ou inflamações.
  • Priapismo:ereção persistente e dolorosa, geralmente sem estímulo sexual.É considerada uma urgência veterinária.
  • Fimose:quando a abertura do prepúcio é muito estreita e impede a exposição natural do órgão.Conforme destaca o portal Naturalis Pet Food, essa condição pode dificultar a micção e favorecer infecções.

Castração e prevenção garantem qualidade de vida

A castração precoce é recomendada pela maioria dos profissionais como medida de saúde e controle populacional felino.

Além de evitar o surgimento das espículas, ela reduz o risco de tumores, infecções e comportamentos indesejados.

A Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária recomenda a esterilização antes do primeiro cio nas fêmeas e por volta dos seis meses de idade nos machos.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.