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Vacinação em cães: como identificar e agir diante de reações adversas

Embora qualquer cão possa ter uma reação vacinal, algumas características aumentam o risco

Embora qualquer cão possa ter uma reação vacinal, algumas características aumentam o risco; entenda

A vacinação é uma das principais formas de proteger os cães contra doenças infecciosas graves, como cinomose, parvovirose e raiva.

Ainda que seja um procedimento seguro e amplamente recomendado, alguns animais podem apresentar reações adversas. E reconhecer esses sinais é essencial para agir com rapidez e garantir o bem-estar do pet.

Apesar da possibilidade de efeitos colaterais, especialistas são unânimes ao afirmar que os benefícios da vacinação superam os riscos.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) reforça que as vacinas são indispensáveis para a prevenção de zoonoses (doenças que podem ser transmitidas dos animais para os humanos) e para o controle de enfermidades que ainda circulam no país.

Casos de reação severa são raros e, quando atendidos de forma rápida, têm boa resposta ao tratamento.

A orientação é nunca suspender o calendário vacinal por medo de possíveis reações, mas sim informar ao veterinário qualquer histórico prévio para que ele adote medidas preventivas adequadas, como o uso de anti-histamínicos.

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O que observar

Depois de vacinados, muitos cães podem ter uma resposta leve do organismo, como sonolência, febre baixa, inchaço no local da aplicação ou perda de apetite. Esses sintomas costumam desaparecer em até 48 horas.

Entretanto, sinais mais severos exigem atenção imediata, como coceira intensa, inchaço no focinho ou nas orelhas, vômito, diarreia persistente e dificuldades respiratórias. Esses momentos podem indicar uma reação alérgica grave, como o choque anafilático.

Segundo a Zoetis Brasil, esse tipo de resposta costuma ocorrer minutos após a aplicação e deve ser tratado com urgência.

O documento Vanguard Shot nº 15 da empresa orienta que “o reconhecimento precoce dos sinais clínicos e a intervenção imediata são cruciais para o sucesso do tratamento” em casos de reação anafilática.

Fatores de risco e cuidados preventivos

Embora qualquer cão possa ter uma reação vacinal, algumas características aumentam o risco.

Raças como Pug, Dachshund e Boston Terrier, por exemplo, têm maior predisposição a reações alérgicas. Cães de pequeno porte e filhotes também estão entre os mais sensíveis, como aponta um informativo da Zoetis voltado a tutores e veterinários.

Além disso, o número de vacinas aplicadas no mesmo dia pode influenciar. A recomendação da empresa é que, sempre que possível, as doses sejam fracionadas em diferentes datas, especialmente em animais que já apresentaram efeitos adversos anteriormente.

Para prevenir complicações, o ideal é manter o animal em observação por pelo menos 30 minutos após a vacinação.

Conforme orienta a Prefeitura do Rio de Janeiro, tutores devem comunicar imediatamente ao serviço veterinário qualquer alteração comportamental ou sintoma físico após a aplicação, especialmente durante as campanhas de vacinação antirrábica.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.