Jamais adquira ou adote um animal de estimação se você não tiver plena consciência de que está assumindo a responsabilidade por uma vida e por todos os cuidados que isso exige.
Essa é a dica da professora Ana Laura Barros, especializada em clínica e cirurgia de pequenos animais, supervisora e responsável técnica no Centro Médico Veterinário, da Faculdade Una Itabira, em Minas Gerais.
“E não estou falando de humanização, pois sou contra isso. Sou a favor de tratarmos os animais de acordo com a espécie que são, sem deixar, claro, de dar amor, carinho, proteção e garantir a saúde, como faríamos com qualquer outra vida dependente de nós”, ensina.
Ela também lembra que animais não são descartáveis, eles envelhecem e na velhice vão precisar ainda mais dos tutores. “É normal o desejo por raças específicas, mas é essencial que se faça uma pesquisa completa sobre esta raça, suas predisposições e suas necessidades, para que os tutores não sejam pegos de surpresa”.
Por isso, observa Ana Laura, é essencial que os tutores procurem saber sobre os primeiros gastos, como vacinação, vermifugação, primeira consulta e primeiros exames, mesmo se for um animal já adulto.
A seguir, a veterinária lista cinco alertas para quem ainda não refletiu bem sobre as consequências de trazer um animal para o seu convívio:
1 - Animais não são acessórios:
algumas raças de cães e gatos viralizam por aparecerem em filmes, séries ou redes sociais. No entanto, eles não são objetos de moda – são seres vivos que exigem cuidados por toda a vida.
2 - Cada animal tem necessidades específicas:
todas as raças podem ter características que nem sempre combinam com todos os tutores.
Por exemplo: Huskies siberianos são lindos, mas exigem exercícios diários e podem acumular energia caso não se exercitem diariamente.
Spitz Alemão, conhecido como Lulu da Pomerânia, é uma fofura, mas precisa de cuidados especiais com o pelo.
Gatos da raça Maine Coon são gigantes e precisam de espaço adequado.
“Se você escolher um pet apenas pela aparência, pode acabar se frustrando com suas necessidades reais”, justifica a veterinária.
3 - Adoção e compra irresponsável:
quando uma raça de animal “entra na moda”, a procura aumenta e muitos criadores irresponsáveis exploram a reprodução descontrolada, causando problemas de saúde graves nos animais.
Além disso, muitos deles acabam sendo abandonados quando deixam de ser novidade.
4 - Custo alto de manutenção:
garantir a qualidade de vida de um animal demanda um custo, principalmente, ao utilizar produtos e alimentos de qualidade.
Raças com demandas especiais, podem requerer mais gastos ainda.
5 - Pets vivem muito:
um animal pode viver 10, 15 ou até 20 anos. Escolher um pet apenas porque está na moda pode levá-lo ao abandono, quando o tutor percebe que não pode (ou não quer) cuidar dele por tanto tempo.
As maiores taxas de abandonos são de animais idosos e doentes.
6 - Adotar é uma opção mais consciente:
em vez de seguir modas, que tal considerar a adoção responsável?
“Existem muitos cães e gatos de todas as idades e personalidades esperando por um lar amoroso, independentemente de raça”, sugere a especialista.