Ouvindo...

Veterinária faz alerta e dá 6 dicas para evitar impulsos antes de ter um pet

Tutores devem procurar saber sobre os primeiros gastos, como vacinação, vermifugação, primeira consulta e primeiros exames, explica especialista

Animais não são descartáveis, eles envelhecem e na velhice vão precisar ainda mais dos tutores

Jamais adquira ou adote um animal de estimação se você não tiver plena consciência de que está assumindo a responsabilidade por uma vida e por todos os cuidados que isso exige.

Essa é a dica da professora Ana Laura Barros, especializada em clínica e cirurgia de pequenos animais, supervisora e responsável técnica no Centro Médico Veterinário, da Faculdade Una Itabira, em Minas Gerais.

“E não estou falando de humanização, pois sou contra isso. Sou a favor de tratarmos os animais de acordo com a espécie que são, sem deixar, claro, de dar amor, carinho, proteção e garantir a saúde, como faríamos com qualquer outra vida dependente de nós”, ensina.

Leia também

Ela também lembra que animais não são descartáveis, eles envelhecem e na velhice vão precisar ainda mais dos tutores. “É normal o desejo por raças específicas, mas é essencial que se faça uma pesquisa completa sobre esta raça, suas predisposições e suas necessidades, para que os tutores não sejam pegos de surpresa”.

Por isso, observa Ana Laura, é essencial que os tutores procurem saber sobre os primeiros gastos, como vacinação, vermifugação, primeira consulta e primeiros exames, mesmo se for um animal já adulto.

A seguir, a veterinária lista cinco alertas para quem ainda não refletiu bem sobre as consequências de trazer um animal para o seu convívio:

1 - Animais não são acessórios:

algumas raças de cães e gatos viralizam por aparecerem em filmes, séries ou redes sociais. No entanto, eles não são objetos de moda – são seres vivos que exigem cuidados por toda a vida.

2 - Cada animal tem necessidades específicas:

todas as raças podem ter características que nem sempre combinam com todos os tutores.

Por exemplo: Huskies siberianos são lindos, mas exigem exercícios diários e podem acumular energia caso não se exercitem diariamente.

Spitz Alemão, conhecido como Lulu da Pomerânia, é uma fofura, mas precisa de cuidados especiais com o pelo.

Gatos da raça Maine Coon são gigantes e precisam de espaço adequado.

“Se você escolher um pet apenas pela aparência, pode acabar se frustrando com suas necessidades reais”, justifica a veterinária.

3 - Adoção e compra irresponsável:

quando uma raça de animal “entra na moda”, a procura aumenta e muitos criadores irresponsáveis exploram a reprodução descontrolada, causando problemas de saúde graves nos animais.

Além disso, muitos deles acabam sendo abandonados quando deixam de ser novidade.

4 - Custo alto de manutenção:

garantir a qualidade de vida de um animal demanda um custo, principalmente, ao utilizar produtos e alimentos de qualidade.

Raças com demandas especiais, podem requerer mais gastos ainda.

5 - Pets vivem muito:

um animal pode viver 10, 15 ou até 20 anos. Escolher um pet apenas porque está na moda pode levá-lo ao abandono, quando o tutor percebe que não pode (ou não quer) cuidar dele por tanto tempo.

As maiores taxas de abandonos são de animais idosos e doentes.

6 - Adotar é uma opção mais consciente:

em vez de seguir modas, que tal considerar a adoção responsável?

“Existem muitos cães e gatos de todas as idades e personalidades esperando por um lar amoroso, independentemente de raça”, sugere a especialista.

Jessica de Almeida é repórter multimídia e colabora com reportagens para a Itatiaia. Tem experiência em reportagem, checagem de fatos, produção audiovisual e trabalhos publicados em veículos como o jornal O Globo e as rádios alemãs Deutschlandfunk Kultur e SWR. Foi bolsista do International Center for Journalists.