O Coletivo Conexão Zulu finalizou, em julho, a primeira etapa do projeto “Hip-Hop na APAE”. As atividades ocorreram na Casa Lar Estrela, na cidade de Mariana, e envolveram nove arte-educadores da região em oficinas de formação pedagógica mediadas pela pesquisadora Luana Brunely. O projeto tem como objetivo inserir os elementos do Hip-Hop na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Ouro Preto.
O foco do projeto é atender estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da APAE, por meio de oficinas dedicadas aos cinco elementos do Hip-Hop: RAP, Graffiti, DJ/MC, dança de rua e conhecimento. As oficinas serão organizadas em três módulos temáticos. O primeiro abordará a literatura marginal por meio da improvisação e do repente, relacionando esses elementos ao uso da criatividade para transformar realidades. O segundo módulo tratará da performance, estética e vestimenta, com ênfase na dança. O terceiro trabalhará o desenho, contemplando técnicas como xilogravura, grafite e pixo. Ao término, será produzido um cordel ou zine coletivo, resultado das atividades desenvolvidas.
O projeto tem como referência o símbolo africano Nea Onnim, um adinkra que representa a busca pelo conhecimento. Este valor orienta a elaboração dos planos de aula com foco na inclusão e na adaptação à realidade dos estudantes.
Criado em 2023, o Coletivo Conexão Zulu é composto por artistas, educadores e produtores culturais de Mariana e Ouro Preto. O grupo atua por meio de oficinas arte-educativas, projetos culturais e pesquisa acadêmica, utilizando os elementos do Hip-Hop como instrumentos de transformação social e ocupação de espaços. Entre as linhas de atuação, estão o combate ao racismo, o incentivo à produção cultural da periferia e a valorização das pedagogias de rua na educação de crianças, adolescentes e jovens.
Com a conclusão da fase formativa, o projeto seguirá para a aplicação prática das oficinas com os estudantes da APAE, ampliando o uso do Hip-Hop como ferramenta educacional e de inclusão social