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Preços da indústria caem pelo segundo mês seguido em agosto, aponta IBGE

Índice de Preços ao Produtor (IPP) registra variação de -0,20% na comparação com julho; resultado foi influenciado principalmente pela queda nos setores de Alimentos e Outros produtos químicos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Os preços na indústria brasileira registraram a segunda queda consecutiva em agosto de 2025

Os preços na indústria brasileira registraram a segunda queda consecutiva em agosto de 2025, com uma variação de -0,20% em relação a julho. O resultado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mantém a tendência de baixa observada no mês anterior, que teve recuo de 0,31%.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) mede a variação dos preços dos produtos “na porta da fábrica”, sem considerar impostos e frete, servindo como um importante termômetro da inflação de custos no país. Das 24 atividades industriais pesquisadas, 12 apresentaram variações negativas de preço em agosto.

Setores em destaque

A principal influência para a queda do índice geral veio do setor de Alimentos, que foi responsável por -0,11 ponto percentual (p.p.) na composição do resultado de -0,20%. Em seguida, destacaram-se as atividades de Outros produtos químicos, com influência de -0,08 p.p. , e Indústrias extrativas, com -0,06 p.p..

Em termos de variação percentual, as quatro maiores quedas registradas no mês foram:

  • Perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%);
  • Madeira (-1,59%);
  • Papel e celulose (-1,42%);
  • Na contramão, a maior alta foi observada em Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (1,59%)

Acumulado no ano é o segundo menor da série histórica

Na análise do acumulado do ano, que compara os preços de agosto com os de dezembro de 2024, o IPP atingiu uma variação de -3,62% . Este é o segundo menor resultado já registrado para um mês de agosto desde o início da série histórica da pesquisa, em 2014.

As atividades que mais pressionaram o indicador para baixo no acumulado do ano foram:

  • Indústrias extrativas: -13,99%;
  • Metalurgia: -11,50%;
  • Madeira: -7,99%

Análise por Grandes Categorias Econômicas

A queda de 0,20% nos preços da indústria geral foi resultado de movimentos distintos entre as grandes categorias econômicas. Enquanto os Bens de Capital registraram alta de 0,38% , os Bens Intermediários tiveram queda de 0,14% e os Bens de Consumo recuaram 0,40%.

A maior influência no resultado geral partiu de Bens de Consumo, que contribuíram com -0,15 p.p. para a variação total . O setor de Bens Intermediários, por sua vez, respondeu por -0,08 p.p. da queda.

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Variação em 12 meses desacelera

Na comparação com agosto de 2024, o IPP apresentou uma variação acumulada de 0,48% . O resultado mostra uma forte desaceleração em relação a julho de 2025, quando o mesmo indicador havia registrado uma taxa de 1,35%.

Nesta perspectiva, os setores de maior influência no resultado agregado foram Refino de petróleo e biocombustíveis, com -0,51 p.p., e Alimentos, com 0,36 p.p.. Entre as maiores variações, destacam-se Impressão (14,17%) e Papel e celulose (-6,82%).

Amanda Alves é graduada, especialista e mestre em artes visuais pela UEMG e atua como consultora na área. Atualmente, cursa Jornalismo e escreve sobre Cultura e Indústria no portal da Itatiaia. Apaixonada por cultura pop, fotografia e cinema, Amanda é mãe do Joaquim.