Após dois meses consecutivos de retração, a indústria de Minas Gerais voltou a apresentar desempenho positivo em julho. Segundo dados da pesquisa FIEMG Index, divulgada na última quarta-feira (3), o faturamento da indústria mineira registrou alta de 3,7% na comparação com junho. O avanço foi impulsionado, principalmente, pelo aumento dos pedidos nos segmentos extrativo e de transformação.
Além do crescimento no faturamento, o mercado de trabalho também mostrou sinais de recuperação. O nível de emprego no setor teve uma leve alta de 0,2%, reflexo do ajuste no quadro de funcionários, especialmente nas indústrias de transformação. Como consequência, a massa salarial apresentou elevação de 1,4% no período, acompanhada por um crescimento proporcional no rendimento médio real dos trabalhadores.
No entanto, nem todos os indicadores seguiram essa tendência positiva. As horas trabalhadas na produção recuaram 3,2%, e a utilização da capacidade instalada também caiu, passando de 83,9% em junho para 83% em julho, uma redução de 0,9 ponto percentual.
Cenário exige atenção no segundo semestre
No acumulado de janeiro a julho de 2025, a indústria mineira manteve trajetória positiva, amparada pela demanda interna aquecida e por uma taxa de desemprego em níveis historicamente baixos. Ainda assim, o cenário para os próximos meses inspira cautela.
De acordo com a pesquisa, a política monetária segue em campo contracionista, com juros elevados e espaço limitado para estímulos fiscais, em razão das preocupações com a sustentabilidade das contas públicas.
Além dos desafios internos, o ambiente internacional também impõe obstáculos. O relatório afirma que a aplicação de tarifas adicionais de 40% sobre parte significativa das exportações brasileiras aos Estados Unidos tende a afetar negativamente o setor.