Investir na saúde do trabalhador virou sinônimo de lucro garantido. Um estudo global divulgado em 2024 pela Wellhub, plataforma de bem-estar corporativo, mostra que 95% das empresas que medem o retorno sobre investimento (ROI) de programas de saúde veem resultados positivos. Mais impressionante: quase dois terços dos gestores relataram ganho de pelo menos R$ 2 para cada R$ 1 investido no bem-estar dos funcionários.
A conta que fecha
A pesquisa ouviu mais de 2 mil líderes de recursos humanos em nove países, incluindo Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Argentina, Chile e México. Os números mostram uma realidade que todo empresário precisa conhecer: cuidar da saúde dos funcionários não é gasto, é investimento que se paga sozinho.
O estudo revela que 99% dos gestores afirmam que programas de bem-estar aumentam a produtividade dos funcionários. Para uma pequena fábrica com 20 trabalhadores, isso pode significar o equivalente ao trabalho de dois funcionários adicionais sem custo extra de contratação.
Além disso, 91% dos líderes de RH relataram diminuição nos custos dos planos de saúde da empresa. Esse número representa um aumento significativo em relação aos 78% registrados em 2023, mostrando que a tendência está se fortalecendo.
Menos faltas, mais lucro
Os benefícios práticos aparecem no dia a dia da empresa. O estudo da Wellhub mostra que 89% dos gestores viram redução nas faltas por doença dos funcionários. Para o pequeno empresário, isso significa menos interrupções na produção e menos gastos com substituições temporárias.
A rotatividade também diminui drasticamente. Impressionantes 98% dos líderes relataram que o programa de bem-estar reduz a saída de funcionários. Para quem já teve que contratar e treinar novos funcionários, sabe que cada pessoa que sai custa entre três e seis meses de salário em processos de substituição.
O programa também vira ferramenta de atração de talentos. Segundo a pesquisa, 83% dos gestores consideram o programa de bem-estar muito importante para contratar novos funcionários. Em um mercado competitivo, isso pode ser o diferencial para conseguir os melhores profissionais.
A fórmula que funciona
Fernanda Cardoso Zanetti, consultora em segurança e saúde para a indústria do Sesi, explica que o sucesso não acontece por acaso. “Inicialmente, as empresas precisam entender as demandas e necessidades dos seus empregados. A partir daí, adaptar o programa utilizando abordagem baseada em evidências e segmentação por perfil”, afirma.
O estudo da Wellhub confirma essa abordagem personalizada. Empresas com programas holísticos (uma visão e abordagem abrangente e interconectada), que oferecem mais de quatro tipos de apoio aos funcionários, têm maior probabilidade de ver retornos elevados. As companhias com abordagens abrangentes viram retornos significativos, com 24% alcançando ganhos de 150% ou mais sobre o investimento inicial.
Por outro lado, empresas que ofereceram apenas dois tipos de suporte, como só saúde mental ou só atividade física, viram retornos menores, entre 0% e 50%. A lição é clara: programa de saúde que funciona precisa ser completo.
O passo a passo do sucesso
Zanetti detalha o processo que garante o retorno do investimento. “O processo envolve análise de dados demográficos e epidemiológicos; avaliação de recursos institucionais; definição de eixos estratégicos; customização por formato e complexidade; e monitoramento contínuo”, explica a especialista.
1. Conhecer quem trabalha na empresa
O primeiro passo é entender o perfil dos funcionários. Qual a idade média? Quais as doenças mais comuns? Quais os principais fatores de estresse no trabalho? Uma metalúrgica com trabalhadores mais velhos terá necessidades diferentes de uma confecção com equipe jovem.
2. Ver o que já existe
Antes de gastar dinheiro, é preciso mapear os recursos disponíveis. Muitas vezes a empresa já tem estrutura que pode ser aproveitada: um refeitório que pode servir comida mais saudável, um espaço que pode virar sala de relaxamento ou parcerias com clínicas locais que podem ser ampliadas.
3. Focar no que importa
Os três pilares principais são saúde mental, nutrição e atividade física. "É importante ter clareza que o programa não irá atender a todas as necessidades de todos os empregados”, alerta Zanetti. O segredo é focar no que vai gerar mais impacto para mais pessoas.
4. Fazer sob medida
Uma pequena oficina com 10 funcionários não precisa do mesmo programa de uma grande fábrica com 500. O importante é adequar as ações ao tamanho da empresa e ao perfil dos trabalhadores. A personalização é o que separa programas que funcionam dos que fracassam.
5. Medir os resultados
“O monitoramento e acompanhamento dos resultados é crucial para a sustentabilidade do mesmo”, destaca a consultora. Sem medir, não há como saber se o investimento está dando retorno. Indicadores simples como número de faltas, acidentes de trabalho e pesquisas de satisfação já mostram se está no caminho certo.
A importância da direção
O estudo da Wellhub revela um dado que todo empresário precisa saber: quando a alta direção participa pouco do programa de saúde, com menos de 30% de engajamento, a participação média dos funcionários é de apenas 44%. Mas quando os chefes se engajam mais, com participação acima de 70%, a adesão dos trabalhadores salta para 80%.
Isso significa que o exemplo vem de cima. Se o dono da empresa não participa das atividades de saúde, os funcionários também não vão participar. Mas se o chefe está presente, fazendo exercícios, cuidando da alimentação e participando das palestras, toda a equipe se motiva a fazer o mesmo.
O retorno na prática
Para uma pequena indústria brasileira com 30 funcionários, um programa de saúde bem estruturado pode gerar resultados concretos. Com um investimento de R$ 30 mil por ano (R$ 1.000 por funcionário), baseado nos dados da Wellhub, a empresa pode esperar:
- Redução de 30% nas faltas por doença
- Diminuição de 25% na rotatividade de funcionários
- Aumento de 15% na produtividade geral
- Economia de R$ 40 mil em custos com substituição de funcionários
- Redução de 20% nos gastos com plano de saúde
O retorno total pode chegar a R$ 60 mil para um investimento de R$ 30 mil. É uma conta que qualquer empresário entende: investir R$ 1 e ganhar R$ 2.
Funcionário saudável, empresa próspera
Para o trabalhador, um programa de saúde bem estruturado significa se sentir mais valorizado pela empresa. Isso aumenta a motivação, o comprometimento com o trabalho e a satisfação pessoal. Um funcionário que sabe que a empresa se preocupa com sua saúde trabalha com mais vontade e produz com mais qualidade.
Para o empresário, os benefícios são diretos no bolso: menos gastos com substituição de funcionários, menos faltas, menos acidentes e uma equipe mais produtiva e engajada. É um investimento que se paga sozinho e ainda gera lucro adicional.
O estudo da Wellhub mostra que essa não é mais uma tendência do futuro, é uma realidade do presente. Empresas que não investirem na saúde dos funcionários hoje podem estar perdendo dinheiro e competitividade amanhã. Para o pequeno empresário brasileiro, é uma oportunidade de ouro para sair na frente da concorrência investindo no que realmente importa: as pessoas que fazem a empresa funcionar.
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