A Confederação Nacional da Indústria (CNI), que representa as fábricas e empresas do setor produtivo brasileiro,
Mas o que isso significa na prática?
A Selic é como a “mãe” de todas as taxas de juros do Brasil. Quando ela está alta, os juros de empréstimos, financiamentos de carro e casa, e até do cartão de crédito, também sobem. Isso torna o dinheiro mais “caro” para todo mundo: para as pessoas e para as empresas.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, resume o problema de forma direta. Ele explica que, com juros tão altos, não há como o país crescer de forma sólida. Fica muito difícil para as empresas investirem em novas máquinas, em tecnologia ou mesmo contratar.
Em outras palavras: para um empresário, é mais fácil e seguro deixar o dinheiro rendendo no banco do que investir na própria empresa, gerando empregos e novos produtos.
Economia em câmera lenta e a confiança em baixa
Os números mostram que a
Essa freada tem um motivo claro: o crédito caro. Com juros maiores, as empresas investem menos e as pessoas compram menos produtos que dependem de financiamento. O resultado é que a confiança dos empresários está em baixa há nove meses, o que desestimula a contratação de novos funcionários.
A inflação está caindo, por que os juros não caem também?
O principal argumento do Banco Central para manter os juros altos é controlar a inflação. No entanto, a CNI aponta que os preços já estão se comportando. O IPCA, que é o índice oficial da inflação, vem caindo mês a mês e chegou a registrar uma pequena queda de 0,11% em agosto. As previsões do mercado também indicam que a inflação continuará caindo.
Com a taxa atual, o Brasil tem o segundo maior juro real (descontada a inflação) do mundo. A CNI calcula que a Selic ideal para controlar os preços sem prejudicar tanto a economia deveria ser de 10,3% ao ano, quase 5 pontos a menos que a taxa atual.
Qual a Saída?
Diante de tudo isso, a indústria pede que o Banco Central comece a cortar os juros já na próxima reunião, em novembro. Além disso, a CNI defende um grande acordo nacional para organizar as contas do governo, cortando despesas. Segundo a entidade, com as contas públicas em ordem, o caminho ficaria mais livre para que os juros possam cair de forma segura e duradoura, permitindo que a economia brasileira volte a acelerar.