Com a evolução tecnológica, as mineradoras conseguem prever com exatidão o tempo de duração das minas de minério. Diante disso, prefeituras e empresas têm se unido para investir em diversificação econômica e preparar as cidades para o momento em que as atividades minerais forem encerradas.
Em 2023, a Sigma Lithium iniciou suas operações no Vale do Jequitinhonha. Segundo a CEO da companhia, Ana Cabral, as ações de diversificação e investimentos começaram antes mesmo de a empresa entrar em funcionamento.
“Temos dois programas: um para mulheres, que concede microcrédito. Isso significa uma inclusão produtiva, já que hoje nós temos mais de 2 mil mulheres, que são a rima de 12 mil pessoas incluídas. Então, são 12 mil pessoas beneficiadas diretamente pelo microcrédito, através de 2 mil mulheres que viraram microempreendedoras. E o outro é um programa de irrigação, captando a água da chuva, que inclui os homens”, explica a CEO.
CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral
Jurandir Alves é um dos beneficiados pelo programa criado pela Sigma, que constrói reservatórios nas propriedades dos moradores para armazenar a água da chuva. Antes, ele sofria com a seca; agora, com água em abundância no terreno, tornou-se criador de plantas ornamentais e passou a vender seus produtos pela internet para todo o Brasil.
“Hoje, em quantidade maior, nós produzimos a rosa do deserto, suculentas, palmeiras, buganvílias e algumas frutíferas também. Não existiria nem possibilidade se não tivesse água. Sem o reservatório, não tinha como pensar em produzir esse tipo de planta”, explica Jurandir.
Eliana Pereira dos Santos é uma das mulheres beneficiadas pela linha de crédito. A empreendedora destaca a importância do programa para retomar suas atividades.
“Quando o empréstimo chegou ao meu conhecimento, eu já tinha parado de fazer salgados, isso foi no ano de 2022. Eu achei interessante retomar, porque me ligaram falando do empréstimo. Então eu fui lá e fiz. Com o dinheiro, comprei um forno novo, comecei tudo de novo. Achei que não tinha mais chance, mas, na verdade, eu estava renascendo. Além do crédito, participei de várias formações que o programa Dona de Mim também nos ofereceu”, conta Eliana.
Já Lislene da Paixão utilizou o empréstimo para investir na produção de artesanato. Para ela, voltar ao mercado de trabalho trouxe realização.
“O empoderamento é muito grande. Quando você vê um produto seu com uma pessoa que você admira e que está longe, você fala: nossa, é meu produto, fui eu quem fiz. Então não tem preço”, conta a artesã.