O presidente dos Estados Unidos,
“O Hamas realmente não queria alcançar um acordo. Acho que eles querem morrer. E isso é muito, muito sério”, declarou Trump.
Após as negociações fracassarem, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que está “estudando outras opções para trazer de volta” os reféns, ao passo que tenta “acabar com o regime terrorista do Hamas”. Já o movimento islâmico acusa o enviado norte-americano Steve Witkoff de distorcer a realidade para apoiar “a posição israelense”.
Em meio às acusações mútuas, um funcionário israelense anunciou a próxima retomada dos envios de ajuda a Gaza. A localidade Palestina sofre uma catástrofe humanitária, em que organizações internacionais já alertaram para um aumento da desnutrição infantil.
Enquanto isso, os bombardeios israelenses sobre Gaza continuam. A Defesa Civil local informou 89 mortes nas últimas 24 horas no território palestino. O conflito mais recente entre os dois países começou após o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
O enviado de Trump, Witkoff, confirmou na quinta-feira (24) o fracasso das negociações realizadas por mais de duas semanas em Doha entre Israel e Hamas, com mediação do Catar, Estados Unidos e Egito.
Além disso, Netanyahu retirou seus negociadores e colocou em dúvida a boa-fé do Hamas.
“Witkoff estava certo. O Hamas é o obstáculo para um acordo de libertação dos reféns”, declarou o líder israelense em um comunicado.
Entregas de ajuda
“As declarações negativas do enviado americano Witkoff contradizem completamente o contexto em que se desenvolveu o último ciclo de negociações, e ele sabe disso perfeitamente”, disse à AFP, Basem Naim, uma alta autoridade política do Hamas.
Ainda na quinta (24), o Hamas indicou que havia respondido a uma oferta de trégua de 60 dias acompanhada de uma troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. O grupo islâmico propôs emendas às cláusulas sobre a entrada de ajuda humanitária, mapas das áreas de Gaza das quais o exército israelense deveria se retirar e garantias sobre o fim da guerra.
No entanto, Israel se recusa a fornecer tais garantias. O país quer desmantelar o movimento, expulsá-lo de Gaza e assumir o controle do território, governado pelo Hamas desde 2007, mas sobre o qual o Exército israelense mantém um bloqueio desde outubro de 2023.
A entrada de
Nesta semana, mais de 100 organizações humanitárias alertaram que a “crise de fome” está se espalhando na Faixa de Gaza. Israel, no entanto, negou ser responsável pelo agravamento desta crise.
Em meio às críticas, um funcionário israelense disse que “as entregas aéreas de ajuda humanitária na Faixa de Gaza serão retomadas nos próximos dias”.
Alguns países já lançaram ajuda sobre Gaza no início de 2024, mas a ONU indicou então que a via aérea não pode substituir as rotas terrestres.
A campanha militar israelense no território palestino matou 59.587 palestinos, principalmente civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
*Sob supervisão de Enzo Menezes