Pelo menos 20 pessoas morreram e 50 ficaram feridas neste domingo (22) em um
As Nações Unidas e vários países condenaram esse ataque, o primeiro desse tipo perpetrado na capital síria desde que as forças dirigidas por islamistas radicais depuseram o então presidente Bashar al Assad em 8 dezembro de 2024.
“Um agressor suicida afiliado ao grupo terrorista Daesh [Estado Islâmico] entrou na igreja de São Elias, abriu fogo e depois se explodiu com um cinturão explosivo”, indicou o Ministério do Interior em comunicado.
Pelo menos 20 pessoas morreram e 52 ficaram feridas, indicou a agência de notícias oficial Sana, citando um comunicado do Ministério da Saúde.
Jornalistas da agência de notícias AFP viram equipes de resgate levando os feridos do local e testemunharam um cenário de destruição.
Um comerciante vizinho contou que ouviu disparos e depois uma explosão.
As forças de segurança isolaram as imediações do local.
A segurança continua sendo um dos maiores desafios para as novas autoridades sírias, e a comunidade internacional pede que as minorias sejam protegidas e incluídas no processo de transição.
Uma testemunha, Larence Maamari, disse à AFP que “alguém entrou com uma arma” e começou a atirar, e depois as pessoas “tentaram contê-lo antes que se explodisse”.
O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, expressou “sua indignação” e pediu às autoridades uma investigação profunda.
‘Sabotar a coexistência’
Para o Ministério das Relações Exteriores sírio, “este ato criminoso que atacou fiéis cristãos é uma tentativa desesperada de sabotar a coexistência nacional e desestabilizar o país”.
Na noite deste domingo, o patriarcado ortodoxo de Damasco exortou as novas autoridades sírias islamistas a “assumirem toda a responsabilidade” pelo atentado suicida.
A explosão provocou pânico na igreja lotada de fiéis, entre os quais havia crianças e idosos, segundo uma testemunha.
O ministro do Interior, Anas Khattab, disse que “equipes especializadas” começaram a investigar. “Esses atos terroristas não vão deter os esforços do Estado sírio para alcançar a paz civil”, acrescentou.
Em uma entrevista recente, Khattab declarou que o EI optou por “ataques precisos contra alvos estratégicos” e anunciou que tentativas de ataques do grupo jihadista contra as comunidades cristã e xiita tinham sido frustradas.
Em maio, o Estado Islâmico reivindicou seu primeiro ataque contra as novas forças governamentais sírias.
O Estado Islâmico chegou a tomar o controle de amplos territórios sírios e iraquianos no início da guerra civil que explodiu em 2011, e proclamou a criação de um “califado” transfronteiriço em 2014.
* AFP