O governo do Japão executou, nesta sexta-feira (27), Takahiro Shiraishi, homem de 34 anos conhecido como “assassino do Twitter”. Ele foi condenado por ter matado e esquartejado oito mulheres e um homem que conheceu na rede social. No país, esta pena é cumprida com enforcamento.
Esta foi a primeira aplicação da pena de morte no Japão desde 2022 - no G7, apenas o país asiático e os EUA mantêm a pena capital vigor.
As vítimas de Shiraishi eram, majoritariamente, mulheres entre 15 e 26 anos com quem ele havia feito contato no Twitter, hoje chamado de X.
O ministro da Justiça, Keisuke Suzuki, disse que Shiraishi cometeu “roubo, estupro, assassinato, destruição de cadáver e abandono de cadáver”, segundo a AFP.
“Nove vítimas foram agredidas e estranguladas, assassinadas, roubadas e depois mutiladas, com partes de seus corpos guardados em caixas e outras jogadas em um aterro sanitário”, afirmou. Ele agiu “pelo motivo egoísta de satisfazer seus próprios desejos sexuais e financeiros”, acrescentou. “Após reflexão cuidadosa, ordenei a execução”, explicou o ministro japonês.
Shiraishi admitiu os nove assassinatos, segundo a imprensa local. Ele explicou que enviava mensagens para pessoas com “tendências suicidadas” e lhes oferecia ajuda para morrer. As vítimas foram até a casa do condenado, nos arredores de Tóquio, onde ele as matou, esquartejou e escondeu partes dos corpos em geladeiras.
Os casos foram descobertos durante a investigação do desaparecimento de uma mulher de 23 anos. O irmão da vítima acessou sua conta no Twitter e indicou à polícia a casa de Shiraishi. Lá dentro, os agentes encontraram cenas macabras: havia 240 segmentos corporais escondidos em caixas cobertas com areia de gato para disfarçar o mau cheiro. Ferramentas de carpintaria, como serras, tesouras e facas, foram usadas nas execuções.
Pena de morte
Segundo a AFP, o Japão tem mais de 100 presos no corredor da morte e a medida tem ampla aceitação popular. Pesquisa do governo divulgada em 2024 aponta que 83% dos japoneses consideravam a pena capital uma medida “inevitável”. A lei japonesa prevê que a execução ocorra em até seis meses da sentença definitiva, mas na prática a espera pode levar décadas. No entanto, é comum que o preso só seja informado da execução horas antes do procedimento.