O
“A ofensiva principal na Cidade de Gaza começou na noite passada. Sabemos que há milhares de terroristas do Hamas, entre 2.000 e 3.000", declarou um comandante militar.
“Estamos avançando para o centro” da localidade, onde ainda vivem centenas de milhares de pessoas, acrescentou.
Bombardeios e destruição em Gaza
Mais cedo, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o maior núcleo urbano do território palestino estava “em chamas” após ataques.
“Não cederemos e não recuaremos até que a missão seja cumprida”, disse.
Testemunhas relataram à AFP “um bombardeio intenso e implacável sobre a Cidade de Gaza”, já em ruínas após quase dois anos de guerra desde o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023.
“Há muitas pessoas presas sob os escombros e podemos ouvir seus gritos”, disse Ahmed Ghazal, morador de 25 anos.
O porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmud Bassal, afirmou que ataques israelenses contra um complexo residencial próximo à praça Al Shawa deixaram “mortos, feridos e desaparecidos”. Ele contou 27 mortos no território, principalmente na Cidade de Gaza, mas alertou que o número continua aumentando.
O Exército israelense também atacou a cidade de Khan Yunis, no sul do território.
Pressão internacional e apoio dos Estados Unidos
“Acreditamos que temos uma janela de tempo muito curta para chegar a um acordo. Não temos mais meses, mas provavelmente dias”, disse Rubio.
O secretário de Estado afirmou que a solução diplomática que inclui a desmilitarização do Hamas é a preferida por Washington, mas "às vezes, quando se trata de um grupo de selvagens (...), isso não é possível”.
Marco Rubio visitou Catar em busca de mediação
Rubio visitou também o Catar, aliado próximo de Washington e considerado o único capaz de atuar como mediador sobre Gaza, apesar de um ataque israelense recente em Doha contra líderes do Hamas.
“Se existe um país no mundo que pode ajudar a acabar com isto por meio de uma negociação, este país é o Catar”, disse Rubio, após se reunir com o emir Tamim bin Hamad al-Thani.
Na segunda-feira, mais de 50 líderes árabes e muçulmanos reunidos em Doha pediram uma “reconsideração” das relações com Israel e cobraram pressão dos Estados Unidos. Trump, que criticou o ataque, disse que Israel “não voltará a atacar mais no Catar”.
ONU acusa Israel de genocídio
Enquanto isso, potências europeias pedem a suspensão da campanha militar e alertam para a crise humanitária no território. A ONU afirmou no mês passado que um milhão de pessoas enfrentam fome, número rejeitado por Israel.
Nesta terça-feira, uma comissão internacional independente da ONU acusou Israel de cometer “genocídio” em Gaza com o objetivo de “destruir” os palestinos, responsabilizando Netanyahu e outros líderes. O governo israelense classificou o relatório como “tendencioso e falso”.
No ataque do Hamas de outubro de 2023, os militantes mataram 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis. Das 251 pessoas sequestradas na ocasião, 47 permanecem em cativeiro em Gaza, 25 delas mortas, segundo o Exército israelense.
A campanha de retaliação israelense já deixou mais de 64.900 mortos em Gaza, também civis em sua maioria, de acordo com o Ministério da Saúde local, cujos números são considerados confiáveis pela ONU.
* Com agências
(Sob supervisão de Marina Dias)