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Furacão Melissa: brasileiro descreve desespero durante férias na Jamaica: ‘Teto desabou’

Furacão Melissa, o mais forte de 2025 e o maior a atingir a costa em 90 anos, atingiu a Jamaica nesta semana

Furacão causou devastação em hotel na Jamaica

Um brasileiro que mora no Mato Grosso do Sul e passava férias na Jamaica passou por momentos de tensão durante a passagem do furacão Melissa, que deixou um rastro de destruição no país nesta semana.

O médico infectologista Daniel Abrahão relatou que viajou com a esposa ao país no dia 21 de outubro e, no dia 26, quando chegou o alerta de furacão, começou o caos. O aeroporto de Montego Bay, onde ele estava, foi fechado e se iniciaram as movimentações no Hotel Iberostar Selection Rose Hall Suites.

Na segunda-feira (27), áreas do hotel como a piscina e alguns restaurantes foram restritas, e os hóspedes foram impedidos de ir à praia. No dia seguinte, os quartos do hotel foram evacuados.

Público foi evacuado dos quartos do hotel

“A gente deveria sair só com itens básicos de higiene, medicamentos e uma muda de roupas, e todos deveriam ficar a partir das 6h30 (horário local) no hall do hotel”, contou.

Os hóspedes tomaram café da manhã naquele dia normalmente e foram encaminhados ao teatro do hotel, onde aguardaram a passagem do furacão. Para distração, o hotel passou filmes.

Teto desabou

Por volta das 16h, quando o furacão estava intenso, o teto do teatro começou a desabar, segundo o infectologista, devido ao acúmulo de água. Todos precisaram ser evacuados e levados para o subsolo.

Teto do hotel desabou devido ao acúmulo de água

Eles ficaram durante o restante da passagem do furacão no subsolo e, depois, foram autorizados a retornar para o hall da recepção, onde aguardariam a inspeção dos quartos. Às 22h, eles foram liberados para voltar.

“A gente foi liberado para o quarto, porém com uma pequena ressalva: os quartos estariam bastante molhados”, contou.

“Como o hall do hotel também estava bastante molhado e a gente estava desconfortável ali, a gente optou também pelo quarto. Realmente, o quarto estava completamente alagado, porém a cama estava em boas condições, então dava para dormir nesse quarto. Nós dormimos bem, apesar do quarto ter algumas goteiras”, acrescentou.

“Porém, fomos despertados no início da manhã com a queda do telhado do teto de gesso ali da área de jantar do quarto”, relatou.

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Dificuldade para voltar

Abrahão relatou que não há o que reclamar do hotel, uma vez que eles estão fazendo o que podem. Porém, o problema está na dificuldade para conseguir um voo para o Brasil.

Brasileiros passavam férias na Jamaica

“As operadoras estão programando voos a partir de domingo (2), cobrando dois a quatro mil dólares para poder sair daqui”, relatou.

Ele conseguiu remarcar a passagem dele e da esposa, mas outras pessoas enfrentam esse problema das passagens extremamente caras.

Daniel entrou em contato com o consulado brasileiro na Jamaica, que respondeu que, no momento, não há o que fazer, uma vez que a prioridade é ajuda humanitária e que não há previsão de voo de repatriação.

Sem internet e com racionamento de água

Agora, o brasileiro espera a chegada do dia do voo. No hotel, iniciou-se um esquema de racionamento de água. Os hóspedes do hotel estão sem linha de telefone, utilizando apenas a internet do hotel. A alimentação também tem diminuído.

“O problema é [a Jamaica] ser uma ilha. Nem ir por estrada para outro país dá", relatou.

O Iberostar Selection Rose Hall Suites manda comunicados diários para os hóspedes comunicando a situação atual do hotel. No recado, são informados os locais onde as refeições serão servidas, quais bebidas estão disponíveis, serviços de limpeza, protocolos de segurança, informações sobre aeroportos e viagens e abastecimento de água.

Veja o vídeo:
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Furacão Melissa

O furacão Melissa foi o mais forte em 90 anos a atingir a costa, segundo dados da Administração Nacional Oceânica Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

Furacão Melissa se aproxima da Jamaica

Países como Bahamas, Jamaica, Haiti, República Dominicana e Cuba foram atingidos pelo furacão, que deixou 30 mortos e um rastro de destruição no Caribe.

Os países registraram enchentes, apagões e destruição generalizada, além de deixar diversos desabrigados. Na Jamaica, o primeiro-ministro Andrew Holness declarou estado de calamidade devido aos danos severos causados pelo furacão.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.