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Conheça o B-2 Spirit, avião ‘invisível’ que os EUA usaram para atacar o Irã

Bombardeiro B-2 Spirit é peça central da força militar dos Estados Unidos

B-2 Spirit, da Força Aérea dos Estados Unidos

O B-2 Spirit, bombardeiro furtivo da Força Aérea dos Estados Unidos, é um dos aviões militares mais avançados do mundo. Com tecnologia que o torna praticamente invisível aos radares, ele consegue sobrevoar áreas fortemente protegidas e atingir alvos estratégicos com precisão, incluindo instalações subterrâneas reforçadas.

Foi justamente essa capacidade que entrou em ação em um ataque recente, no último sábado (21), contra instalações nucleares no Irã. A missão, que contou com seis unidades do B-2, chamou atenção não só pelo poder do bombardeiro, mas pela longa duração: 37 horas de voo, saindo da base de Whiteman, no estado do Missouri, até o Oriente Médio e retornando aos Estados Unidos.

Missões que duram quase dois dias

Operações como essa exigem preparação especial. Durante os voos, que podem durar até 40 horas, os dois tripulantes revezam o comando da aeronave e contam com estrutura básica dentro da cabine: forno de micro-ondas, banheiro químico improvisado, equipamentos de higiene e até espaço para descanso.

Segundo o jornalista e ex-agente do FBI, Naveed Jamali, que teve acesso exclusivo ao B-2 para o canal Unconventional, da revista Newsweek, as condições a bordo são limitadas, mas suficientes para enfrentar longas jornadas. Ele mostrou detalhes da cabine e dos hangares onde os bombardeiros ficam estacionados. O acesso é tão restrito que só é permitido com autorização do Pentágono.

Poder de ataque global

O B-2 Spirit foi desenvolvido nos anos 1980 pela fabricante Northrop Grumman. É o avião militar mais caro do planeta, com valor estimado em US$ 2,1 bilhões por unidade. Apenas 21 unidades foram produzidas, e todas estão baseadas na central Whiteman Air Force Base, a cerca de 115 km de Kansas City.

O bombardeiro pode voar mais de 11 mil quilômetros sem reabastecimento. Com apoio de aviões-tanque, o alcance é global. O B-2 já participou de operações nos EUA, Afeganistão, Líbia e outros pontos estratégicos.

Ele pode transportar até 18 toneladas de armamentos, incluindo bombas convencionais, mísseis e ogivas nucleares, tudo armazenado em compartimentos internos para manter o perfil furtivo.

Bombas capazes de destruir estruturas subterrâneas

Entre os armamentos mais potentes do B-2 estão as chamadas “bunker buster” GBU-57A/B, bombas de 13 toneladas projetadas para penetrar estruturas subterrâneas fortificadas, como bunkers de concreto. Elas são guiadas por GPS e conseguem atravessar mais de 60 metros de concreto armado antes de explodir.

Além disso, o B-2 pode lançar:

  • JDAMs: Bombas guiadas por GPS para ataques de alta precisão;
  • JSOWs: Bombas planadoras para atingir alvos a longa distância sem comprometer o sigilo da missão;
  • JASSMs: Mísseis de longo alcance com tecnologia furtiva, capazes de alcançar alvos a mais de 800 km.

Parte da estratégia nuclear dos EUA

O B-2 Spirit também é peça-chave na estratégia nuclear dos Estados Unidos. Ele integra a chamada tríade nuclear do país e tem capacidade de carregar até 16 bombas nucleares do tipo B83, combinando alcance, furtividade e alto poder destrutivo.

Seu design, capacidade de voo prolongado e armamento fazem dele uma das ferramentas mais estratégicas da defesa norte-americana.

* Sob supervisão de Lucas Borges

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Izabella Gomes é estagiária na Itatiaia, atuando no setor de Jornalismo Digital, com foco na editoria de Cidades. Atualmente, é graduanda em Jornalismo pela PUC Minas