Ouvindo...

Cientistas afirmam que mudanças climáticas aumentaram mortes evitáveis nos últimos anos

O estudo afirma que parte dos óbitos não teria acontecido com estratégias adequadas de combate ao clima extremo

Cientistas afirmam que mudanças climáticas aumentaram mortes evitáveis nos últimos anos

Um estudo publicado em maio na revista científica Temperature aponta que o clima extremo aumentou o número de mortes evitáveis nos últimos anos. Cientistas coletaram dados de mortalidade na Índia entre 2001 e 2019 e identificaram mais de 34 mil óbitos ligados a calor e frio intensos.

Os pesquisadores escolheram o país para a realização do estudo por sua combinação de vulnerabilidades, como alta densidade populacional, pobreza, urbanização desordenada e mudanças climáticas aceleradas.

Uma das conclusões da pesquisa é que a infraestrutura urbana e a proteção social pode ser um escudo contra as variações térmicas. A justificativa é que a mortalidade foi maior em estados com menor urbanização e menor gasto público social.

Os autores apontam que parte dessas mortes poderia ter sido evitada com estratégias adequadas, conforme divulgado pela Agência Einstein.

As consequências no Brasil

Ouvido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o pneumologista do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), Emanuell Felipe Silva Lima alerta que o clima extremo pode afetar todo o mundo.

“Estima-se que, até 2030, as mudanças climáticas poderão causar cerca de 250 mil mortes adicionais por ano, principalmente devido a doenças respiratórias”, afirma.

A saúde respiratória é uma das mais impactadas, principalmente pelas mudanças nos padrões de chuva. O aumento da umidade favorece a proliferação de mofo e bactérias, agravando doenças respiratórias crônicas como fibrose pulmonar e DPOC.

Confira recomendações para manter uma boa saúde respiratória em contextos de clima extremo:

  • Mantenha a carteira de vacinação atualizada, especialmente para doses contra Covid-19 e gripe;
  • Adote hábitos saudáveis de alimentação e pratique exercícios físicos regularmente;
  • Beba água na proporção de um litro para cada 20 quilos de peso corporal;
  • Priorize noites adequadas de sono;
  • Evite fumar, consumir álcool em excesso ou usar drogas ilícitas;
  • Controle as condições emocionais e psiquiátricas, como ansiedade e depressão;
  • Monitore comorbidades, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares

As mudanças climáticas também podem contribuir para o aumento de doenças infecciosas, como as transmitidas pelo Aedes aegypti, e para a saúde cardiovascular, segundo especialistas ouvidos pela Ebserh.

* Com informações de Agência Gov e Agência Einstein

Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.