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Ano de 2024 teve o maior número de conflitos no mundo desde 1946, diz estudo

Américas foram o continente com a maior marca de mortos em confrontos não governamentais

Guerra na Ucrânia contribuiu significativamente para o número de mortos em 2024

O ano de 2024 registrou o maior número de conflitos armados no mundo desde 1946, segundo um estudo do Instituto de Pesquisas de Paz de Oslo (PRIO, na sigla em inglês) publicado nesta quarta-feira (11). O documento também revelou que as Américas foram o continente com a maior marca de mortos em confrontos não governamentais.

Os estudo contou 61 conflitos com participação estatal no mundo, distribuídos em 36 países. Uma das autoras do estudo, Siri Aas Rustad, afirma que “não se trata apenas de um aumento, é uma mudança estrutural. O mundo de hoje é muito mais violento e muito mais fragmentado do que era há uma década”.

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Os conflitos que envolvem pelo menos um Estado, causaram cerca de 129.000 mortes em 2024, tornando-o o quarto ano mais sangrento desde 1989, superado apenas pelos três anos anteriores. O número de mortos nesse período foi alimentado pelas guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.

A África continua sendo o continente com o maior número de confrontos estatais, 28, seguida pela Ásia (17), Oriente Médio (10), Europa (três) e Américas (dois, Colômbia e Haiti).

Quanto aos confrontos sem o envolvimento de governos, o estudo cita 74 ocorrências. A América Latina foi a região com o maior número de mortes por esses conflitos, com quase 13.000, quatro vezes mais do que na África e 74% do total mundial (17.500). Nessa região, a violência é principalmente ligada a “grupos muito organizados”, como gangues e cartéis de drogas.

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.