Uma pesquisa encomendada pelo Instituto Brasil-Israel (IBI) ao Instituto de Pesquisa IDEIA mostra que 46% dos brasileiros reconhecem o direito de defesa de Israel, enquanto 28% apontam excesso militar na Faixa de Gaza e 18% concordam com ambas as visões simultaneamente.
O levantamento ainda mostra que 35% dos participantes não souberam ou preferiram não responder. Além disso, 61% dos entrevistados declararam não se informar regularmente sobre assuntos internacionais ou não acompanhar continuamente o conflito.
O fato de mais de um terço dos entrevistados não falar sobre o assunto, para ila Schulman, CEO do Instituto de Pesquisa IDEIA, revela uma “lacuna estrutural de conhecimento sobre o tema”.
Os dados quantitativos foram coletados entre 23 e 24 de setembro de 2024, com a escuta de 2.073 pessoas em todo o território nacional.
Opinião baseada em identidade religiosa
A identidade religiosa mostrou ter uma influência direta na forma como os brasileiros compreendem o conflito. Entre evangélicos e neopentecostais, 57% afirmam que Israel está se defendendo, enquanto 15% apontam excesso de violência.
Já entre os católicos 39% apoiam a defesa de Israel e 24% vendo uso exagerado da força. Aqueles sem religião ou com espiritualidade própria tendem a ter 34% considerando que Israel comete exageros e 28% vendo a atuação como legítima defesa.
Pedro Kelson, diretor-executivo do IBI, destaca que esses dados revelam a “complexidade existente neste conflito”, e que a falta de conhecimento no tema abre espaço para “simplificações perigosas e discursos de ódio”.
Monitoramento nas redes
O monitoramento das redes sociais brasileiras desbravou a polarização nos discursos sobre Israel, com um crescimento de publicações críticas ao longo do período analisado. Gatilhos de engajamento foram associados a desdobramentos do conflito e a declarações do presidente Lula, que acusou Israel de genocídio na região.
No total de mais de 2,2 milhões de ocorrências analisadas, 66% das postagens sobre Israel foram classificadas como críticas e 34% como favoráveis.
Perfis ligados à direita eram majoritariamente pró-Israel, enquanto os de esquerda eram críticos ao Estado israelense.