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Maduro agradece Trump após ‘resgate’ de menina de dois anos separada dos pais

A criança será levada para a mãe, que chegou à Venezuela em abril passado em um voo de deportação

Menina estava com uma família de acolhida depois que autoridades americanas acusaram seus pais de pertencerem a uma gangue criminosa

A menina, de dois anos, separada dos pais venezuelanos durante deportação dos Estados Unidos chegou a Caracas nesta quarta-feira (14). O anúncio foi feito pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello, e a primeira-dama, Cilia Flores.

A menina será levada para a mãe, que chegou a Venezuela em um voo de deportação. O presidente do país, Nicolás Maduro, agradeceu a Trump pelo retorno da menina.

“Também tenho que agradecer (...) ao presidente Donald Trump, que está nos países árabes, por realizar este ato de justiça profundamente humano”, disse Maduro ao receber a menina no palácio presidencial em Caracas.

A criança estava com uma família de acolhida depois que autoridades norte-americanas acusaram os pais dela de pertencerem à gangue criminosa venezuelana Tren de Aragua, declarada uma organização terrorista pelo governo Donald Trump.

A mãe da menina, Yorelys Bernal, de 20 anos, contou a Agence France-Presse (AFP) que a separação aconteceu em maio de 2024, quando ela e o marido, Maiker Espinoza, se entregaram às autoridades americanas ao entrarem clandestinamente nos Estados Unidos.

“Bem-vinda, Maikelys”, disse Flores ao receber a menina em seus braços depois que as autoridades a retiraram de um avião dos EUA que transportava 226 migrantes venezuelanos.

Já o pai da menina está detido em uma prisão de segurança máxima em El Salvador, onde estão cerca de 252 venezuelanos que Trump acusa de serem criminosos. A mãe da criança é acusada pelo Departamento de Segurança Nacional dos EUA (DHS) de supervisionar “o recrutamento de mulheres jovens para tráfico de drogas e prostituição”, enquanto Espinoza é acusado de ser um “tenente” do Tren de Aragua.

Segundo Bernal, eles foram detidos porque tinham “tatuagens”, um dispositivo usado pelos Estados Unidos para vincular os imigrantes a gangues. A separação da menina dos pais foi descrita pela Venezuela como um “sequestro”.

O incidente foi chamado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de “crime”. A ação resultou em vários protestos em Caracas para denunciar o “sequestro” da menina e dos migrantes detidos em El Salvador.

Desde o início do segundo mandato de Donald Trump, mais de 4 mil migrantes foram repatriados para a Venezuela, uma parcela deportada dos Estados Unidos e outros grupos do México, onde muitos ficaram retidos.

*Com informações da AFP

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas