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Morte de Papa Francisco: pontífice buscou a diversidade da Igreja e a defesa de imigrantes

Desde o início de seu mandato, Francisco conclamou os cristãos a se abrirem para a diversidade do mundo e para os mais pobres

Radio France

Papa Francisco morreu nesta segunda-feira (21), anunciou o Vaticano. Nascido em Buenos Aires, na Argentina, Jorge Mario Bergoglio tornou-se o primeiro papa jesuíta e o primeiro papa sul-americano. Sua eleição foi 2013, quando declarou a intenção de “ir até a periferia existencial da humanidade”.

Desde o início de seu mandato, Francisco conclamou os cristãos a se abrirem para a diversidade do mundo e para os mais pobres. Após sua morte, nesta segunda-feira (21), qual é o legado deixado pelo papa Francisco?

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Francisco viajou para áreas onde nenhum outro papa esteve: para os migrantes de Lesbos ou Lampedusa, na Itália, e para lugares remotos, como Papua-Nova Guiné, na Oceania. Ele também viajou para países em guerra, como a República Democrática do Congo e a República Centro-Africana, ou onde houve guerra, como o Iraque. Ele também visitou países onde os cristãos são minoria, como a Birmânia e a Indonésia.

O papa foi eleito em 2013, acima de tudo, para restaurar a ordem na Igreja Católica, que estava atolada em escândalos financeiros e sexuais. No que diz respeito às finanças, ele conduziu a reforma da Cúria, a pesada administração da Igreja Católica.

Francisco não fez apenas amigos. Ele acumulou uma série de opositores com suas medidas consideradas polêmicas pelos membros da Igreja mais conservadores, e criticou constantemente a desconexão entre o clero e os fiéis.

O que permanecerá, segundo especialistas, é seu estilo simples e direto, sua disposição de dar prioridade ao diálogo inter-religioso, que para o papa era a condição essencial para a paz no mundo.

Em 2019, junto com o Grande Imã de Al Azhar, ele assinou o documento sobre “fraternidade humana para a paz mundial e a coexistência comum”.

Ele também permanecerá na história da Igreja por seu comprometimento com o meio ambiente. Sua encíclica Laudato Si, em 2015, pediu a preservação da Casa Comum, um impulso para a conscientização coletiva da emergência climática.

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