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Guerra comercial: China acusa Trump e EUA de ‘bullying’ e aciona ONU

De acordo com a agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento, o crescimento econômico global pode desacelerar para 2,3% em meio às tensões tarifárias

Carta critica os tributos aplicados pelos EUA para vários países, incluindo a China

A China enviou uma carta para os Estados-membros das Nações Unidas para convocá-los para uma reunião informal do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas na próxima quarta-feira (23).

A nota critica as tarifas impostas pelo governo norte-americano para vários países. A China foi o país mais afetado e já acumula tributos que podem chegar a 245%. Em trecho, divulgado pelo G1, a China afirma que “Todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, são vítimas de unilateralismo e práticas de bullying.”

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Em outro trecho da nota, o governo chinês ainda acusa o Estados Unidos de “violar as regras do comércio internacional e provocarem choque e turbulências severas na economia mundial e no sistema de comércio multilateral.”

De acordo com o G1, a carta foi enviada para todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas. Além disso, a missão dos EUA nas Nações Unidas também encaminhou um pedido de comentário sobre a reunião planejada pela China ao Departamento de Estado. Ainda segundo o G1, o pedido não teve retorno.

A agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento alertou para uma tendência recessiva, em meio às tensões comerciais. Nesta quarta-feira (16), a agência afirmou que o crescimento econômico global pode desacelerar para 2,3%.

Entenda a guerra comercial

As duas maiores economias do mundo vivem uma guerra comercial. A disputa começou quando o Estados Unidos decidiu impor tarifas para vários países, no que chamou de “Dia da Libertação”. Inicialmente, a China recebeu uma tarifa de 20% pelo suposto papel da China na entrada do Fentanil nos Estados Unidos.

Pouco tempo depois, um tributo de 125% foi acrescentado aos 20% para, teoricamente, compensar os desequilíbrios da balança comercial entre os dois países. No entanto, tarifas relacionadas a produtos como computadores, smartphones e semicondutores, dos quais a China é um grande produtor, tiveram uma isenção das tarifas impostas no “Dia da Libertação”.

Agora, as tarifas pode chegar a 245%. A nova tributação foi comunidada pela Casa Branca na terça-feira (15). O Governo norte-americano detalha que os tributos estão relacionados às retaliações do país asiático. O texto, no entanto, destaca variações tarifárias para produtos específicos.

De acordo com documento da Casa Branca, a tributação de 245% inclui 125% de uma tarifa recíproca e uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil. Além disso, segundo o Governo Americano, a tributação pode ter o acréscimo de tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%.

Em uma declaração dada também na terça-feira (15), a Casa Branca transferiu para a China a responsabilidade de dar o primeiro passo para resolver o impasse entre os dois países. “A bola está no campo da China. A China que precisa de um acordo com os Estados Unidos e não o contrário”, afirmou Trump em uma declaração lida por sua porta-voz, Karoline Leavitt.

Já a China pediu, nesta quarta-feira (16), que os Estados Unidos “parem de ameaçar e chantagear” o país. “A China não deseja lutar, mas não tem medo de lutar”, reiterou nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.

“Se os Estados Unidos realmente querem resolver o assunto por meio do diálogo e da negociação, devem parar de exercer pressão extrema, parar de ameaçar e chantagear, e conversar com a China com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”, insistiu.

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