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EUA x China: Trump crava 245% de taxação contra o país asiático

As tributações são sobre importações do país asiático para os Estados Unidos. De acordo com documento, as tarifas são “resultados de retaliações”

Tarifas de 245% podem variar de acordo com tipo de produto, de acordo com comunicado da Casa Branca

Em comunicado publicado pela Casa Branca na terça-feira (15), o Estados Unidos define tarifas de até 245% para importações da China. A Casa Branca detalha que os tributos estão relacionados às retaliações do país asiático. O texto, no entanto, destaca variações tarifárias para produtos específicos.

De acordo com documento da Casa Branca, a tributação inclui 125% de uma tarifa recíproca e uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil. Além disso, segundo o Governo Americano, a tributação pode ter o acréscimo de tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%.

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No texto, a Casa Branca explica que as tarifas estão relacionadas a uma política comercial do Governo Trump. O país passou a impor tarifas de 10% para todos os países e individualizou tarifas recíprocas mais altas às nações com as quais os EUA têm os maiores déficits comerciais.

Para a China, as tarifas chegaram a bater 145%. Diante das tributações impostas pelo país norte-americano, Pequim retaliou com tarifas de 125% sobre os produtos do país. De acordo com a Casa Branca, mais de 75 países procuraram o Governo Americano para discutir novos acordos comerciais.

“Como resultado, as tarifas individualizadas mais altas estão atualmente pausadas em meio a essas discussões, exceto para a China, que retaliou”, continua a Casa Branca em documento. O Governo ainda esclarece que as tarifas são para “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos Estados Unidos.”

Comunicado fala ainda sobre tarifas para o aço e aluminio fixadas em 25%.

Entenda a guerra comercial

As duas maiores economias do mundo vivem uma guerra comercial. A disputa começou quando o Estados Unidos decidiu impor tarifas para vários países, no que chamou de “Dia da Libertação”. Inicialmente, a China recebeu uma tarifa de 20% pelo suposto papel da China na entrada do Fentanil nos Estados Unidos.

Pouco tempo depois, um tributo de 125% foi acrescentado aos 20% para, teoricamente, compensar os desequilíbrios da balança comercial entre os dois países. No entanto, tarifas relacionadas a produtos como computadores, smartphones e semicondutores, dos quais a China é um grande produtor, tiveram uma isenção das tarifas impostas no “Dia da Libertação”.

Em uma declaração dada também na terça-feira (15), a Casa Branca transferiu para a China a responsabilidade de dar o primeiro passo para resolver o impasse entre os dois países. “A bola está no campo da China. A China que precisa de um acordo com os Estados Unidos e não o contrário”, afirmou Trump em uma declaração lida por sua porta-voz, Karoline Leavitt.

Já a China pediu, nesta quarta-feira (16), que os Estados Unidos “parem de ameaçar e chantagear” o país. “A China não deseja lutar, mas não tem medo de lutar”, reiterou nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian.

“Se os Estados Unidos realmente querem resolver o assunto por meio do diálogo e da negociação, devem parar de exercer pressão extrema, parar de ameaçar e chantagear, e conversar com a China com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”, insistiu.

Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas