Greve de funcionários deixa Museu do Louvre fechado nesta segunda-feira (15)

A administração do museu informou que estava avaliando a presença dos funcionários que não aderiram à greve na tentativa de reabrir o espaço em algum momento do dia

Membros do sindicato francês CGT protestam em frente à entrada do Museu do Louvre, em Paris, em 15 de dezembro de 2025, enquanto os trabalhadores votavam pela greve contra a deterioração das condições de trabalho e a piora da experiência dos visitantes no mundialmente famoso museu

O Louvre não abrirá suas portas nesta segunda-feira (15) devido a uma convocação de greve promovida pelos sindicatos, que se manifestam contra as precárias condições de trabalho no museu, reconhecido como o mais visitado do planeta.

Na entrada do espaço, nas proximidades da imponente pirâmide de vidro, um cartaz anunciava: “A abertura do museu está temporariamente suspensa. Informaremos sobre as condições de uma possível reabertura.”

Pouco tempo depois, os colaboradores do Louvre decidiram, em votação, manter a greve como forma de protesto contra as “condições de trabalho deterioradas” e os “recursos insuficientes” disponíveis na instituição.

Cerca de 400 funcionários votaram “de forma unânime” a favor da continuidade da greve, que poderá ser estendida, conforme anunciado pelos sindicatos CGT e CFDT.

"É imprescindível uma mudança de direção [...] no que tange às prioridades e necessidades urgentes” do espaço, especialmente no que se refere "à segurança e à reabilitação do edifício”, declarou Christian Galani, representante sindical da CGT.

A administração do museu, contatada pela AFP, informou que estava avaliando a presença dos funcionários que não aderiram à greve na tentativa de reabrir o espaço em algum momento do dia.

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Visitantes se revoltam

Os visitantes que já possuíam ingressos não conseguiram esconder a indignação.

Pietra, uma brasileira de 27 anos, que está em Paris com a família há quatro dias, disse estar “muito desapontada” com o fechamento.

O Louvre, que em 2024 recebeu quase nove milhões de visitantes, está sob os holofotes desde o impressionante roubo ocorrido em 19 de outubro. Quatro homens invadiram o local por uma janela e, em questão de minutos, subtraíram várias joias da Coroa avaliadas em mais de 100 milhões de dólares (cerca de R$ 540 milhões).

O museu também foi forçado a fechar uma galeria em novembro devido à deterioração da estrutura e, semanas atrás, enfrentou um vazamento de água que comprometeu centenas de obras da biblioteca de Antiguidades Egípcias.

O roubo das joias, ocorrido numa manhã de domingo após os ladrões acessarem a varanda por meio de um elevador de carga, evidenciou as lacunas na segurança do museu.

Em janeiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, revelou com destaque o projeto de renovação do espaço; a modernização tornou-se urgente após o roubo, que ganhou destaque nas manchetes internacionais.

O museu demanda uma “reorganização abrangente”, afirmou a ministra da Cultura, Rachida Dati, na semana passada. “Medidas fundamentais precisam ser implementadas, que vão muito além da proteção e da segurança”, declarou, sem fornecer mais detalhes.

Enquanto isso, as audiências no Senado prosseguem para investigar as falhas de segurança que possibilitaram o roubo. Na terça-feira, Jean-Luc Martinez, que dirigiu o museu de 2013 a 2021, comparecerá perante os senadores pela primeira vez. Sua sucessora, Laurence des Cars, também se dirigirá novamente aos senadores no dia seguinte.

*Com AFP

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