Neste sábado (12), a Lua alcança o ponto mais distante da Terra em sua órbita, um fenômeno conhecido como microlua. Esse evento ocorre quando a Lua chega ao apogeu, que é a parte mais afastada da sua trajetória elíptica em torno do planeta, durante as fases nova ou cheia. Neste mês, a Lua entra na fase cheia na noite de sábado (12) e, no domingo (13), o apogeu será atingido exatamente às 19h48, no horário de Brasília.
A órbita lunar não é perfeitamente circular, mas sim oval, o que faz com que a distância da Lua à Terra varie entre 356.500 km no perigeu (quando ela está mais próxima) e 406.700 km no apogeu. Essas variações, que podem atingir até 14%, são influenciadas pelas forças gravitacionais do Sol e dos planetas, como explica Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA). Além disso, o brilho e o tamanho angular da Lua também mudam devido a essas influências.
O ciclo entre o perigeu e o apogeu dura 27,55 dias, um pouco mais que o período orbital da Lua de 27,322 dias. Esse intervalo é conhecido como mês sideral, que é distinto do mês sinódico de 29,5 dias, que é o tempo entre duas luas novas consecutivas. A diferença ocorre porque a Terra também está em movimento ao redor do Sol, e a Lua precisa de um tempo extra para se alinhar com o Sol e alcançar a mesma fase.
O Que é a “Lua Rosa”?
Embora seja chamada de “Lua Rosa”, a cor da Lua não muda durante este fenômeno. O nome, na verdade, remonta à cultura tradicional norte-americana. Segundo o Old Farmer’s Almanac, o Almanac do Velho Fazendeiro, cada lua cheia do ano recebe um nome específico, e a de abril é a “Pink Moon” (Lua Rosa). Esse nome não tem relação com a cor da Lua, mas com o florescimento da Phlox subulata, uma planta silvestre de flores cor-de-rosa, comum no leste dos EUA, durante a primavera no Hemisfério Norte.
Entre outras denominações tradicionais, como “Lua do Lobo” em janeiro e “Lua de Neve” em fevereiro, a “Lua Rosa” também faz referência ao fim do inverno e ao início do renascimento da vegetação. Em diversas culturas indígenas, como os Dakota e os Tlingit, a Lua de abril é associada ao retorno das águas e ao florescimento da natureza. Em algumas tradições religiosas, como no cristianismo, ela é conhecida como “Lua Pascal” devido à sua proximidade com a Páscoa, e para os hindus, marca o Hanuman Jayanti, celebração do deus-macaco.
Com todas essas conexões, a “Lua Rosa” se torna um evento cheio de significados culturais e astronômicos, destacando o fenômeno que ocorrerá neste fim de semana.