O presidente americano, Donald Trump, insistiu nesta terça-feira (11) em sua ideia de deslocar os palestinos e colocar a Faixa de Gaza sob ‘a autoridade americana’, mas o rei da Jordânia, Abdullah II, expressou sua oposição.
‘Ressaltei que meu compromisso principal é com a Jordânia, com a sua estabilidade e com o bem-estar dos jordanianos’, publicou Abdullah nas redes sociais, após se reunir com Trump na Casa Branca. O monarca disse a Trump que o Egito vai apresentar um plano sobre como os países da região poderiam ‘trabalhar’ com o presidente norte-americano, e que os países árabes vão discuti-lo em Riade.
‘Acredito que uma das coisas que podemos fazer imediatamente é levar 2 mil crianças, crianças com câncer que estão em estado muito grave, isso é possível’, ofereceu Abdullah a Trump.
- Trump afirma que palestinos não poderão voltar a Gaza após construção de ‘Riviera’
- Trump assina decreto que impõe tarifa de 25% sobre aço e alumínio; Brasil deve ser afetado
- Desocupação de Gaza: Netanyahu diz que ‘fará o trabalho’ para aplicar proposta de Trump
Trump classificou a iniciativa como um ‘gesto bonito’ e disse que não estava ciente dela antes da chegada do monarca jordaniano e de seu filho, o príncipe Hussein, à Casa Branca.
O presidente republicano pareceu recuar em sua sugestão de reter ajuda à Jordânia e ao Egito caso eles se recusassem a receber mais de 2 milhões de palestinos de Gaza, mas insistiu em seu plano de colocar a Faixa de Gaza sob “a autoridade americana”.
‘Não temos que comprar’
‘Não temos que comprar. Vamos ter a Faixa de Gaza. Vamos tomá-la, mantê-la, valorizá-la’, afirmou Trump.
O republicano, que fez fortuna como magnata do mercado imobiliário, negou que desenvolva propriedades pessoais no território palestino: “Não, tive uma grande carreira no setor imobiliário.”
Proposta polêmica de Trump
O presidente norte-americano, Donald Trump afirmou na última terça-feira (4) que deseja remover ‘todos’ os moradores da Faixa de Gaza de forma permanente, uma proposta que levanta sérias questões sobre direitos humanos e direito internacional.
Donald Trump prevê um “controle a longo prazo” da Faixa de Gaza por parte dos Estados Unidos, e acrescentou que isso criaria “milhares de postos de trabalho”.
A declaração de Donald Trump sobre querer assumir o controle da Faixa de Gaza geraram uma grande onda de reações, por vezes ruins, no mundo. Uma das pessoas que se manifestaram foi o Ministro das Relações Exteriores da França, que afirmou que Gaza está em ‘um estado palestino’, não no controle de um ‘terceiro país’.