O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acolheu a polêmica proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de remover os palestinos da Faixa de Gaza, dizendo que Israel está pronto para ‘fazer o trabalho’.
Em entrevista à Fox News neste sábado (8), Netanyahu, que visitou Washington na última semana, defendeu a ideia de Trump.
‘Acho que a proposta do presidente Trump é a primeira ideia nova nos anos e tem o potencial de mudar tudo em Gaza’, disse Netanyahu, garantindo que é a ‘abordagem correta’ para o futuro do território palestino.
‘O que Trump está dizendo é: Quero abrir a porta e dar a eles a opção de se mudarem temporariamente enquanto reconstruímos fisicamente o lugar’, disse o líder israelense.
Segundo Netanyahu, o republicano ‘nunca disse que quer que as tropas americanas façam esse trabalho. Sabe o que eu digo? Nós faremos o trabalho’.
Netanyahu também afirmou que a proposta de Trump era uma mudança em relação ao ‘mesmo de sempre’.
Para os palestinos, qualquer tentativa de expulsá-los de Gaza provoca o trauma da Nakba — catástrofe, em árabe —, a deslocação em massa e a expulsão de milhares de palestinos após a criação do Estado de Israel em 1948.
Proposta polêmica de Trump
O presidente norte-americano, Donald Trump afirmou na última terça-feira (4) que deseja remover ‘todos’ os moradores da Faixa de Gaza de forma permanente, uma proposta que levanta sérias questões sobre direitos humanos e direito internacional.
Donald Trump prevê um “controle a longo prazo” da Faixa de Gaza por parte dos Estados Unidos, e acrescentou que isso criaria “milhares de postos de trabalho”.
A declaração de Donald Trump sobre querer assumir o controle da Faixa de Gaza geraram uma grande onda de reações, por vezes ruins, no mundo. Uma das pessoas que se manifestaram foi o Ministro das Relações Exteriores da França, que afirmou que Gaza está em ‘um estado palestino’, não no controle de um ‘terceiro país’.
Após repercussão negativa, EUA minimizam proposta
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pareceu dar um passo atrás na quarta-feira (5), depois que sua proposta de assumir o controle da Faixa de Gaza causou grande repercussão e provocou uma advertência do secretário-geral da ONU contra uma “limpeza étnica” no território territorial.
Um dia depois de o magnata republicano declarar que “os Estados Unidos tomarão o controle” de Gaza e que os palestinos “se mudarão para outros países”, seu governo pareceu minimizar o anúncio.
*Com informações da AFP