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Furacões podem atingir o Brasil? Entenda por que o fenômeno não cruza a linha do Equador

Efeito de Coriolis desfavorece a ida de furacões para localidades abaixo da linha do Equador

Destroços deixados pelo Helene pouco antes da passagem do furacão Milton

Com a chegada do Furacão Milton à Flórida, que preocupa autoridades e a população da região, muito se questiona se fenômenos deste tipo podem ou não chegar ao Brasil. E a resposta é não.

Conforme explicou à Itatiaia a professora de Geografia Natália Maranha, furacões não conseguem cruzar a Linha do Equador, portanto, é muito difícil que um fenômeno como esse aconteça no país.

Isso ocorre devido ao efeito de Coriolis, responsável pela rotação das tempestades. Ele se enfraquece à medida que se aproxima da linha, portanto os furacões não ganham a rotação necessária para sua formação e não chegam ao país.

O que é um furacão e como ele é formado?

Ainda segundo a professora, os furacões são tempestades tropicais intensas, com ventos fortes, que rodam em torno de um centro de baixa pressão. Dependendo da força, eles podem derrubar árvores, prédios, linhas de transmissão de eletricidade, romper barragens, causar inundações e deslizamento de encostas. Eles se formam nas áreas tropicais dos oceanos, onde a superfície ultrapassa os 27 °C.

O calor desses locais faz a água do oceano evaporar, alimentando tempestades que passam por ali. “Essas áreas mais quentes são chamadas de ‘centros de baixa pressão’, e os ventos que passam pela área, que é naturalmente uma área que recebe ventos, começam a girar em espiral em torno desse centro, formando o furacão. A rotação se intensifica à medida que mais umidade é absorvida”, explicou a professora.

Estados Unidos estão em área que favorece a formação dos furacões

Os Estados Unidos frequentemente enfrentam furacões porque estão em uma área propícia para a ocorrência deles. Neste período entre junho e novembro, as águas do Atlântico Norte e do Golfo do México ficam especialmente quentes, o que favorece a formação desse fenômeno. Além disso, no Hemisfério Norte, os furacões giram no sentido anti-horário, dessa forma, eles vão em direção à costa de países da América Central e à costa Leste dos EUA e do México.

Recentemente, os EUA foram atingidos pelo furacão Helene, que matou mais de 200 pessoas. Agora, o furacão Milton, que chegou à categoria 5 - a mais alta do ranking - causa desespero à população, que foi orientada a deixar suas casas e garantir mantimentos. A expectativa é que ele alcance a costa do Golfo da Flórida nesta quarta-feira (9).

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Quais são as categorias de um furacão?

Categoria 1: 119 a 152 km/h

Os ventos atingem velocidades entre 119 e 152,8 quilômetros por hora e as ondas podem aumentar até 1,5 metro acima do normal.

Um furacão desta categoria normalmente causa danos principalmente a casas “não ancoradas”, podendo derrubar algumas árvores.

Além disso, pode haver inundações em estradas costeiras e pequenos danos nas docas.

Categoria 2: 152 a 177 km/h

Os ventos atingem velocidades entre 154 e 177 quilômetros por hora e ondas de até 2,4 metros de altura. Causa danos aos telhados, portas e janelas dos edifícios.

Além disso, muitas vezes árvores, arbustos, placas e docas são arrancadas.

O furacão Catarina, que atingiu o Brasil em 2004, era de categoria 2. Três pessoas morreram e pelo menos 75 ficaram feridas.

Categoria 3: 178 a 208 km/h

Em um furacão deste tipo, os ventos atingem velocidades de até 208 quilômetros por hora e são geradas ondas de até 3,6 metros.

Pode causar danos estruturais a pequenas casas e armazéns, destruir a folhagem das plantas e arrancar árvores de grande porte.

Sandy, a tempestade mais mortal de 2012, enquadra-se nesta categoria. O furacão matou mais de 200 pessoas.

Categoria 4: 209 a 251 km/h

Os ventos nesta categoria atingem velocidades entre 209 e 251 quilômetros por hora e as ondas ultrapassam os 5 metros de altura.

Eles causam graves danos às casas do litoral e aos telhados de outras casas.

O furacão Earl, que causou quase US$ 25 milhões em danos em 2016, foi uma tempestade de categoria 4.

Categoria 5: 252 km/h ou mais

Eles são o tipo de furacão mais mortal e deixam devastação em seu rastro. Os ventos ultrapassam os 250 quilômetros por hora e as ondas chegam aos 6 metros ou mais.

Os telhados da maioria das casas desabam ou são levados pelos ventos e casas menores podem se levantadas. Janelas e portas sofrem graves danos.

O furacão Beryl, que atingiu a região neste ano, foi um furacão de categoria 5.


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Jornalista formada pela PUC Minas. Mineira, apaixonada por esportes, música e entretenimento. Antes da Itatiaia, passou pelo portal R7, da Record.