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Argentina: Pobreza dispara e atinge mais da metade da população após chegada de Milei ao poder

O índice de argentinos em situação de pobreza chegou a 52,9%; dessa parcela, 18,1% (5,4 milhões de pessoas) vive em situação extrema, abaixo da linha da pobreza

Pobreza extrema atinge 18,1% da população argentina

A pobreza aumentou consideravelmente na Argentina no primeiro semestre de 2024, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec), divulgado na quinta-feira (26).

O índice de argentinos em situação de pobreza chegou a 52,9% - ou seja, mais da metade da população. Dessa parcela, 18,1% (5,4 milhões de pessoas) vive em situação extrema, abaixo da linha da pobreza.

Se comparado ao mesmo período de 2023, a pobreza no país vizinho cresceu 31%. Ou seja, em um ano, mais de nove milhões de pessoas caíram na pobreza.

Isso porque no primeiro semestre do ano passado, 40,1% da população era considerada pobre. No primeiro semestre de 2022, o índice de pobreza no país era de 36,5%. Então, em 2024, a pobreza aumentou 45% se comparado ao mesmo período de 2022.

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A pesquisa analisou 31 aglomerados urbanos na Argentina e verificou que, além de 52,9% da população estar na pobreza, o cenário atinge 42,5% das famílias.

Os dados reforçam a pressão sob o governo de Javier Milei, que chegou ao poder em dezembro do ano passado na Argentina. Desde a posse de Milei, a pobreza passou de 41,1% (registrada no segundo semestre de 2022) para 52,9%.

Desde que assumiu a presidência, Milei cortou gastos públicos para tentar conter a inflação anual, que atingiu quase 300% em abril. O aumento dos preços fez com que o poder de compra da população reduzisse drasticamente.

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Economistas atribuem o aumento da inflação a impressão de dinheiro para financiar os gastos da gestão anterior. Porém, o fim dos controles de preços e a desvalorização do peso também contribuem.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, disse, antes da publicação dos dados, que este índice refletia “a crua realidade atravessada pela sociedade” e responsabilizou o “populismo que submeteu a Argentina a tantos anos de desgraças e devastação”.

O PIB da Argentina caiu 1,7% no segundo trimestre deste ano em comparação com o trimestre anterior, aprofundando a recessão econômica. Esses números acompanham uma das inflações mais altas do mundo, de 236,7% em 12 meses até agosto.

*Com informações de AFP


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.