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Quando sai o resultado da eleição na Venezuela? Veja quando novo presidente deve ser conhecido

Expectativa é de que o resultado saia até o fim da noite de domingo (28) ou madrugada de segunda (29) no Brasil

Manifestantes protestam em frente à embaixada da Venezuela durante uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro em Lima em 28 de julho de 2024

A votação para a eleição presidencial da Venezuela que acontece neste domingo (28), termina às 19h no horário de Brasília, 18h no horário local. Segundo a comissão eleitoral local, o horário pode ser estendido em caso de necessidade.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, encarregado do processo eleitoral, declarou que “o povo venezuelano pode sair para votar com segurança porque as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas a garantem”.

Segundo analistas ouvidos pela CNN Brasil, os resultados devem ser conhecidos na noite deste domingo (28) ou madrugada do dia 29, segunda, quando deve ser divulgado o nome do novo presidente. A posse, no entanto, será apenas em 1 de janeiro de 2025.

Segundo a AFP, analistas internacionais afirmam que quase 21 milhões de pessoas estão registradas para votar, entre uma população de 30 milhões. No entanto, apenas 17 milhões de pessoas estariam na Venezuela - todos os outros migraram para outros países. O voto não é obrigatório no país. Mais cedo, venezuelanos que estão em Miami protestaram por não poder votar.

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Principais candidatos

O atual presidente, Nicolás Maduro, está concorrendo à reeleição. Ele tenta o terceiro mandato presidencial no país, que já governa há 11 anos. Ao votar na manhã deste domingo, ele afirmou que vai reconhecer os resultados das eleições.

“Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral, os boletins oficiais e garantirei que sejam respeitados”, disse Maduro a repórteres, após deixar o local de votação. Por sua vez, ele convocou os outros nove candidatos “que respeitem, façam cumprir e declarem publicamente que respeitarão o boletim oficial” emitido por autoridades eleitorais.

Seu principal opositor, Gonzáles Urritia, de 74 anos, disse ao votar que ele e seus aliados estavam “preparados para defender até o último voto”. “Confiamos nas nossas Forças Armadas para respeitar a decisão do nosso povo”, acrescentou.

Urrutia é representante da carismática e popular líder da oposição María Corina Machado, que foi impedida de concorrer devido a uma inabilitação política.

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Processo eleitoral

O processo eleitoral é automatizado, com resultados centralizados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), explica a AFP. A diretoria do CNE tem cinco integrantes, três ligados ao chavismo e dois à oposição. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, acusou a oposição de “conspirar” contra as eleições e de tentar adiantar os resultados antes do primeiro boletim, o que é ilegal.

“Vamos esperar pelos resultados que chegam do CNE”, respondeu González. “No entanto, também temos os nossos próprios métodos e mecanismos para conhecer o andamento do processo eleitoral de hoje. Vamos esperar que o divulguem e caso contrário teremos a oportunidade de fazê-lo”, acrescentou.

A AFP consolidou pesquisas e afirma que a maioria delas indica vantagem da oposição, mas alguns analistas alertam que a diferença entre Maduro e González Urrutia pode ser pequena. Mais cedo, a CNN Brasil divulgou alguns resultados preliminares de boca de urna que circulam no país. Eles são incertos - alguns dão vitória ao Chavismo e outros à oposição.

Estados Unidos

A organização das eleições é resultado de um acordo entre governo e oposição promovido pelos Estados Unidos. Para estimular as eleições, Washington flexibilizou as sanções que impôs ao país em 2019, depois que não reconheceu a reeleição de Maduro um ano antes por suspeitas de fraude.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, fez um apelo em Tóquio para que o “processo democrático” seja respeitado. “O povo venezuelano merece uma eleição que reflita realmente sua vontade”, afirmou.

Brasil

O governo brasileiro chegou a anunciar o envio de observadores independentes à eleição na Venezuela. Porém, após Maduro criticar o sistema eleitoral brasileiro e dizer - sem provas - que as urnas brasileiras não são auditáveis e ser desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral brasileiro, o TSE suspendeu o envio dos observadores.

Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e atual assessor especial da Presidência da República, está no país acompanhando o pleito. Neste sábado, ele se reuniu com o chanceler de Nicolás Maduro.

*Com informações da AFP e da CNN Brasil


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Coordenadora de jornalismo digital na Itatiaia. Jornalista formada pela UFMG, com mestrado profissional em comunicação digital e estratégias de comunicação na Sorbonne, em Paris. Anteriormente foi Chefe de Reportagem na Globo em Minas e produtora dos jornais exibidos em rede nacional.