Com o resultado da “Superterça” dos EUA, o ex-presidente Donald Trump se tornou o único candidato republicano na disputa pela Casa Branca em 2024, com a desistência da ex-governadora Nikki Haley, nesta quarta-feira (6).
O presidente Joe Biden também confirmou o favoritismo e deve enfrentar, novamente, o rival na eleição que deve ser acirrada e marca a polarização política presente nos Estados Unidos.
Em 2020, os candidatos se enfrentaram durante a crise sanitária imposta pela pandemia de COVID-19, que garantiu a vitória de Joe Biden com uma vantagem de 306 a 232 delegados no Colégio Eleitoral.
Trump contestou o resultado, acusando “fraude eleitoral”, sem provas, na tenativa da reeleição. A narrativa falsa levou à invasão do Capitólio por seus apoiadores, no dia 6 de janeiro de 2021, durante a diplomação de Biden como presidente da República.
Nessa segunda-feira (5), Biden avisou que o ex-presidente deve, novamente, contestar a eleição em caso de derrota.
No entanto, pesquisas demonstram um leve favoritismo de Trump contra o atual presidente, que tem alta taxa de rejeição entre os norte-americanos.
“Superterça”
Biden repetiu o feito do rival, vencendo em todos os estados, com exceção de um território: Samoa Americana, um arquipélago do Pacífico, onde foi derrotado por um empresário praticamente desconhecido, Jason Palmer.
As candidaturas divergentes do atual presidente nas primárias democratas não despertaram entusiasmo, apesar das críticas recorrentes dos eleitores sobre a idade do atual presidente ou seu
Biden tem 81 anos e, caso reeleito, vai terminar o mandato aos 85 anos - sendo o presidente mais velho a governar o país.
Apesar da confiança e da ausência de rivais partidários significativos, Biden reconhece a ameaça representada por Trump. O atual presidente acusa o antecessor de “minar a democracia” e “favorecer cortes de impostos” para as elites econômicas dos EUA.
Trump quer focar na revanche contra Joe Biden, que busca a reeleição, antes de se concentrar nos problemas jurídicos. Seu primeiro julgamento criminal começa em 25 de março em Nova York (EUA).
Brasil x EUA
É a primeira vez que um presidente em exercício vai concorrer à Casa Branca contra um ex-presidente dos EUA na busca da reeleição - repetindo o embate de 2020, que dividiu a nação de forma inédita.
Com 81 milhões de votos, Biden tornou-se o presidente mais bem votado da história da democracia norte-americana.
Trump recebeu mais de 74 milhões - sendo a segunda maior quantidade de votos recebidos por um candidato nas eleições presidenciais dos EUA.
O mesmo cenário aconteceu, de forma inédita, nas eleições do Brasil em 2022. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou o então presidente Jair Bolsonaro (PL), sendo a disputa mais acirrada da história da República.
Foi a primeira vez na democracia brasileira que um ex-presidente disputou o Planalto contra o atual mandatário
Lula tornou-se o presidente mais bem votado do país, somando 60,3 milhões de votos; seguido por Bolsonaro, com mais de 58,2 milhões, ocupando a segunda posição do ranking.
Assim como Biden, Lula virou o presidente mais velho a assumir o Brasil, com 77 anos - superando o ex-presidente Michel Temer, que tinha 76 anos ao ser conduzido ao cargo após o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
Em 2024, a eleição presidencial norte-americana traz mais um capítulo nessa disputa histórica, com alto nível de polarização e grande taxa rejeição entre os candidatos.
A disputa promete reverberações globais e pode impactar a política externa brasileira. O pleito deve servir como uma espécie de “espelho” para as eleições presidenciais de 2026 no país, que continua politicamente dividido.
Assim como nos EUA, após a derrota em 2022, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e destruíram a sede dos Três Poderes, em Brasília (DF), sob falsa constentação de irregularidade no processo eleitoral.
Veja o resultado da Superterça:
Estados onde Trump vencerá, segundo projeção da CNN:
- Virgínia (48 delegados em jogo);
- Carolina do Norte (74 delegados em jogo);
- Oklahoma (43 delegados em jogo);
- Califórnia (169 delegados em jogo);
- Tennessee (58 delegados em jogo);
- Texas (161 delegados em jogo);
- Maine (20 delegados em jogo);
- Arkansas (40 delegados em jogo);
- Alabama (50 delegados em jogo);
- Colorado (37 delegados em jogo);
- Minnesota (39 delegados em jogo);
- Massachusetts (40 delegados em jogo);
- Alasca (23 delegados em jogo);
- Utah (40 delegados em jogo).
Estados onde Biden vencerá, segundo projeção da CNN:
- Virgínia (99 delegados em jogo);
- Carolina do Norte (116 delegados em jogo);
- Califórnia (424 delegados em jogo);
- Vermont (16 delegados em jogo);
- Oklahoma (36 delegados em jogo);
- Tennessee (63 delegados em jogo).
- Maine (24 delegados em jogo);
- Massachusetts (92 delegados em jogo);
- Texas (244 delegados em jogo);
- Arkansas (31 delegados em jogo);
- Alabama (52 delegados em jogo);
- Colorado (72 delegados em jogo);
- Minnesota (75 delegados em jogo);
- Utah (30 delegados em jogo).
*Com informações de AFP e CNN
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