Sebastian Piñera (1949-2024) era um empresário e político chileno, que foi eleito presidente do país para dois mandatos, entre 2010-2014 e 2018-2022.
Antes de ingressar na política, Piñera estudou economia e teve sucesso como empresário, sendo um dos homens mais ricos do Chile. Ele possuía negócios em vários setores, incluindo finanças, mídia, aviação e até futebol.
O pai de Piñera, José Piñera Carvallo, era um engenheiro e fundador a empresa Bancard, que se tornou um conglomerado de investimentos com participações em diversos setores da economia chilena.
Piñera ingressou na Bancard em 1974, onde ocupou diversos cargos, incluindo gerente geral e presidente do conselho de administração.
Antes disso, ele concluiu pós-graduação em economia na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em 1973.
Entre 1974 e 1978, trabalhou como consultor em instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial. Em 1978, assumiu a gerência geral do Banco de Talca, cargo que deixou em 1980.
Política
Sebastian Piñera manifestou publicamente seu voto contrário à permanência do regime militar de Augusto Pinochet no poder, durante o plebiscito de 1988. O ex-ditador foi derratado nas urnas.
Em 1989, foi eleito senador com uma campanha independente. Apo assumir o mandato, filiou-se à Renovação Nacional (RN), de orientação conservadora e liberal. Em 2001, foi eleito presidente do partido.
Em 2005, deixou o cargo para se candidatar à presidência pela primeira vez. Com 25,41% dos votos, ele perdeu o pleito para Michelle Bachelet.
Piñera voltou a se candidatar nas eleições presidenciais em 2009, quando derrotou Frei Ruiz-Tagle no segundo turno com 51,60%. Em 11 de março de 2010, assumiu a Presidência do Chile, cargo que exerceu até 11 de março de 2014.
No Chile, não é permitido reeleição para cargos no Executivo de forma consecutiva. Piñera foi sucedido por Michelle Bachelet, que havia sido presidente do Chile entre 2006 e 2010.
Em 2017, ele voltou a ser eleito presidente do Chile no segundo turno contra Alejandro Guillier, com 54,57%. Sebastian Piñera tomou posse para o segundo mandato em 11 de março de 2018.
Protestos
O segundo mandato de Piñera foi marcado por protestos que abalaram o Chile no segundo semestre de 2019. Os atos exigiam mudanças sociais e econômicas substanciais, após o aumento do valor da passagem do metrô que culminaram em manifestações com grande repressão policial.
Inicialmente, Piñera minimizou a gravidade dos protestos, rotulando-os como “um ato de vandalismo”. Diante da escalada dos conflitos, Piñera declarou “estado de guerra” em 18 de outubro de 2019 e impôs toque de recolher em Santiago.
A resposta do governo aos protestos foi criticada por organizações internacionais de direitos humanos devido à acusações de violações de direitos fundamentais.
Sob pressão popular, Piñera fez algumas concessões, como suspender o aumento da tarifa do metrô e anunciar um pacote de reformas sociais.
Em resposta à demanda central dos manifestantes, Piñera convocou um plebiscito para decidir se o Chile deveria ter uma nova Constituição.
O referendo foi aprovado em 2020, com 78% de aceitação, evidenciando a necessidade de reformas estruturais do país após o regime de Pinochet.
Peñera foi sucedido pelo presidente Gabriel Boric em 2022, um ex-líder estudantil de esquerda, que foi um dos principais opositores do seu governo e um dos líderes do movimento a favor da nova constituinte.
Até janeiro de 2024, a nova constituição chilena ainda não foi aprovada e segue em discussão.
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