Incêndio em Hong Kong: mortos chegam a 156; corpos são encontrados em escadas e telhados

Provavelmente, as vítimas tentavam fugir das chamas, mas não conseguiram

Pessoas em luto depositam flores em um memorial improvisado em frente aos prédios residenciais Wang Fuk Court, após o incêndio mortal de 26 de novembro no distrito de Tai Po, em Hong Kong, em 1º de dezembro de 2025.

O número de mortos devido ao incêndio de grandes proporções em um complexo residencial em Hong Kong chegou a 156 nesta terça-feira (2). Vários corpos foram encontrados nas escadarias e telhados dos prédios, segundo a Reuters.

Cerca de 30 pessoas estão desaparecidas. Autoridades afirmaram que o incêndio se propagou rapidamente devido às redes de plástico que cobriam os andaimes de bambu instalados para obras nos prédios. Essas estruturas não atendiam às normas de resistência ao fogo.

Um comitê especial investigará as causas do incêndio e, até o momento, 15 pessoas foram presas por suspeita de homicídio culposo. Doze enfrentam acusações de corrupção.

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O incêndio

O complexo Wang Fuk Court tem oito torres e mais de dois mil apartamentos, e sete foram afetados pelo incêndio. Os edifícios Hung Cheong Court e Hung Tai Court foram os que mais registraram mortes, uma vez que foram os mais atingidos.

O incêndio começou na tarde do dia 26 de novembro em Hong Kong, sendo madrugada no Brasil. O prédio passava por reformas antes de pegar fogo.

Segundo testes preliminares divulgados pelo HK01, os edifícios do complexo atendiam aos requisitos de resistência ao fogo. Porém, painéis de isopor que circundavam as janelas e portas do prédio eram extremamente inflamáveis.

A alta temperatura fez com que os andaimes de bambu pegassem fogo, incendiando outras seções da rede, o que dificultou o combate às chamas e acelerou a propagação.

As chamas também causaram desabamento de andaimes superiores, bloqueando saídas de emergência e entradas do prédio.

As imagens são impressionantes. Fotos e vídeos mostram o prédio totalmente destruído pelas chamas.

Esse é o incêndio mais grave já registrado em Hong Kong em 29 anos. Em 1996, 41 pessoas morreram em um edifício comercial em Kowloon. Na época, autoridades concluíram que as chamas começaram durante um trabalho de soldagem realizado em uma reforma.

Moradores relataram à AFP que não ouviram nenhum alarme de incêndio e avisaram uns aos outros sobre as chamas. “Tocar a campainha, bater nas portas, alertar os vizinhos, dizer que deveriam sair... foi assim que aconteceu [...] O fogo se propagou muito rapidamente”, relatou um morador.

Formada pela PUC Minas, é repórter da editoria de Mundo na Itatiaia. Antes, passou pelo portal R7, da Record.

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