Levantamento reuniu as 200 senhas mais comuns do mundo; veja quais são

Pesquisa mostrou que os nativos digitais, mesmo imersos em um mundo conectado, não possuem uma maior compreensão das práticas de segurança das senhas

Pesquisa identificou as senhas mais usadas em 44 países, incluindo o Brasil

A empresa de pesquisa NordPass divulgou a sétima edição do levantamento anual “As 200 Senhas Mais Comuns”. A pesquisa identificou as senhas mais usadas em 44 países, incluindo o Brasil. Neste ano, o estudo se concentrou em entender a variação entre senhas usadas por diferentes gerações.

De acordo com o levantamento, para os nativos digitais, que cresceram imersos em um mundo conectado, a grande exposição à tecnologia não resultou em uma compreensão maior das práticas básicas de segurança de senhas ou dos riscos graves associados às escolhas erradas.

“Em relação às senhas, os jovens de 18 anos têm hábitos similares a pessoas de 80. Combinações numéricas, como “12345” e “123456”, estão no topo das listas de todas as faixas etárias. A maior diferença é que as gerações mais antigas costumam usar mais nomes nas senhas”, disse a chefe de produto na NordPass, Karolis Arbaciauskas.

Tendências globais

Entre os países pesquisados, “123456” é a senha mais comum, seguida por “admin” e por “12345678”. Consideradas sequências fracas, essas combinações, que vão de “12345” a “1234567890”, além de senhas comuns, como “qwerty123”, dominam as listas do top 20 de muitos países.

Em comparação com os resultados do ano passado, os pesquisadores observaram um aumento no uso de caracteres especiais. Este ano, por exemplo, 32 senhas na lista mundial incluem esses caracteres, antes eram apenas 6.

O caractere especial mais comum nas senhas é “@”. No entanto, a maioria das senhas não é mais complexa que “P@ssw0rd”, “Admin@123” ou “Abcd@1234”. A palavra “password” ainda é uma das senhas mais comuns em todo o mundo.

Essa combinação é usada tanto na forma em inglês, quanto em idiomas locais em quase todos os países estudados, como “heslo” na Eslováquia, “salasana” na Finlândia, “motdepasse” na França e “contraseña” na Espanha.

De acordo com a chefe de produto na NordPass, cerca de 80% das violações de dados são causadas por senhas comprometidas, fracas e reutilizadas.

“Em geral, apesar de todos os esforços de conscientização digital e em cibersegurança ao longo dos anos, os dados revelam apenas pequenas melhorias nos bons hábitos relacionados a senhas. O mundo está lentamente passando a empregar chaves de acesso, um novo método de autenticação sem senha que se baseia em dados biométricos, mas, até que essa novidade seja amplamente adotada, senhas fortes continuarão muito importantes”, disse Karolis Arbaciauskas.

Variação entre gerações

A pesquisa revelou que os jovens de 18 anos têm hábitos semelhantes a pessoas de 80, ao usar combinações numéricas simples, como “12345” e “123456, em senhas. O estudo detalhou que as pessoas da geração Z e Y dificilmente usam nomes nas senhas e preferem combinações como “1234567890” e “skibidi”.

O uso de nomes nas combinações é prevalente com a geração X, e tem um pico entre os Baby Boomers. Já entre as pessoas da geração X, o nome mais popular usado como senha é “Veronica”. Para Baby Boomers é “Maria”, e para a geração silenciosa é “Susana”.

Dicas de segurança para senhas

Algumas regras básicas podem melhorar os hábitos digitais das pessoas e ajudar a evitar que elas se tornem vítimas de ataques cibernéticos devido a uma gestão irresponsável das senhas, conforme Arbaciauskas.

Veja dicas:

  • Crie senhas ou frases aleatórias fortes. As senhas devem ter pelo menos 20 caracteres e serem uma combinação aleatória de números, letras e caracteres especiais.
  • Nunca reutilize senhas. A regra geral é que cada conta deve ter uma senha exclusiva porque, caso uma seja invadida, os hackers podem usar as mesmas credenciais em outras contas.
  • Revise suas senhas. Verifique regularmente o estado das suas senhas. Identifique quais são fracas, antigas ou reutilizadas e troque para senhas novas e complexas, para aumentar sua segurança online.
  • Use um gerenciador de senhas. Ele pode ajudar a gerar, armazenar, revisar e gerenciar com segurança todas as suas senhas, para que elas fiquem bem protegidas, sejam difíceis de quebrar e estejam disponíveis quando você precisar.
  • Ative a autenticação multifator (MFA). Ela acrescenta uma camada de segurança. A MFA ajuda a impedir o acesso dos hackers mesmo que a senha seja violada.

Veja a lista completa aqui.

Metodologia da pesquisa

O levantamento é o resultado do trabalho em conjunto da NordPass e da NordStellar com pesquisadores independentes especializados na pesquisa de incidentes de cibersegurança.

Entre setembro de 2024 e setembro de 2025, as senhas expostas em violações de dados públicos recentes e repositórios da dark web foram analisadas, a partir da extração estatística dos dados agregados. De acordo com a NordPass, nenhum dado pessoal foi adquirido ou comprado para a realização desta pesquisa.

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Rebeca Nicholls é estagiária do digital da Itatiaia com foco nas editorias de Cidades, Brasil e Mundo. É estudante de jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNIBH). Tem passagem pelo Laboratório de Comunicação e Audiovisual do UniBH (CACAU), pela Federação de Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) e pelo jornal Estado de Minas

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