Ouvindo...

Modo de fazer Queijo Minas Canastra deve ser o 1º item da gastronomia brasileira a se tornar Patrimônio Imaterial da Humanidade

Processo de reconhecimento está sendo analisado pela Unesco e a resposta deve sair até o final do ano

Queijo Minas Canastra

O modo de fazer Queijo Minas Artesanal pode ser reconhecido como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O pedido está sendo analisado pela Unesco. Caso a resposta seja positiva, será o primeiro item da gastronomia brasileira a ter esse reconhecimento internacional, segundo Leandro Grass, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). “O IPHAN já tinha registrado como Patrimônio Imaterial Brasileiro e este ano nós encaminhamos a Unesco uma candidatura para ser considerada Patrimônio da Humanidade, ou seja, vai ganhar um status internacional deste bem, que são os modos de fazer do queijo minas da Serra da Canastra”, explicou em entrevista ao podcast Abrindo o Jogo.

O dossiê encaminhado à Unesco documenta o modo artesanal de produzir a iguaria mineira na região do Serro, Salitre e Serra da Canastra. “Eu quero destacar o papel da AMIqueijo (Associação Mineira dos Produtores de Queijo Artesanal), essa associação de produtores, pequenos produtores, gigantes de passagem, famílias, agricultura familiar, que junto com a Emater e outras instituições se mobilizaram para esse reconhecimento acontecer. Foram muito importantes agora para o dossiê que a gente encaminhou para a Unesco, foram altamente proativos na recuperação da memória das pessoas dessas famílias de pequenos produtores dos locais onde eles viviam, das próprias ferramentas e desses conhecimentos aplicados. O que a gente reconheceu foi o modo de fazer do queijo”, destacou.

Patrimônio Imaterial

O pedido de reconhecimento não é para o produto e sim para o modo de fazer, como explica Grass. “O que o IPHAN reconheceu anos atrás como Patrimônio Imaterial Brasileiro não foi o queijo como materialidade, não é aquele que você vai pegar no mercado e vai comprar pra casa, tem um patrimônio aqui, não. O que a gente reconheceu são os modos de fazer, porque a riqueza cultural está justamente nas relações sociais, nos saberes, nos conhecimentos aplicados à produção do queijo. Ou seja, a gente está falando das pessoas e das suas tradições, que são passadas geração em geração naquela região, que é a região da Canastra, da Serra da Canastra”, detalhou o presidente do IPHAN.

Edilene Lopes é jornalista, repórter e colunista de política da Itatiaia e podcaster no “Abrindo o Jogo”. Mestre em ciência política pela UFMG e diplomada em jornalismo digital pelo Centro Tecnológico de Monterrey (México). Na Itatiaia desde 2006, já foi apresentadora e registra no currículo grandes coberturas nacionais, internacionais e exclusivas com autoridades, incluindo vários presidentes da República. Premiada, em 2016 foi eleita, pelo Troféu Mulher Imprensa, a melhor repórter de rádio do Brasil.