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Justiça condena Saae de Viçosa em ação do MP sobre qualidade da água

Instituição terá 90 dias para apresentar plano de ação para adequação dos serviços. Saae afirmou que vai recorrer da decisão

Saae alega que o problema foi pontual e corrigido e que vai recorrer da decisão da Justiça

A Justiça condenou o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto (Saae) de Viçosa, na Zona da Mata, a adequar toda a estrutura de tratamento de água do município. A autarquia terá 90 dias para apresentar um plano de ação que garanta a adequação dos serviços em padrões de qualidade e segurança previstos pela legislação sanitária.

Além disso, deverá ser paga uma indenização de R$ 100 mil por danos morais coletivos por causa da contaminação da água fornecida aos usuários. A decisão atendeu a ação proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais. (MPMG).

O município de Viçosa também foi citado na sentença. De acordo com a peça, o executivo está condenado a medir os parâmetros de qualidade da água, fiscalizando o cumprimento do cronograma de adequação pelo Saae e apresentando relatórios trimestrais.

A instituição informou à Itatiaia que vai recorrer da decisão, que o problema foi pontual, foi corrigido e não houve outros registros (leia abaixo).

Denúncias levaram à investigações, segundo MPMG

Conforme o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a denúncia de distribuição de água imprópria para consumo humano partiu de moradores, que acionaram a ouvidoria alegando cor amarelada e mau cheiro. A Promotoria de Justiça da Saúde de Viçosa abriu inquérito civil e, por meio de laudos técnicos, confirmou, em 2017, níveis de cor, pH, cloro residual livre e fluoreto fora das especificações do Ministério da Saúde.

Ao longo do inquérito, as investigações demonstraram que o Saae não contava com corpo técnico qualificado para a gestão do sistema, além do que apresentava várias irregularidades que colocavam em risco a qualidade da água tratada.

De acordo com a sentença, o Saae deverá entregar água aos usuários conforme portaria do Ministério da Saúde. A norma define o que é considerado água potável e determina padrões de qualidade mínimos, como limites para substâncias químicas, presença de bactérias e características como cor, cheiro e sabor. Além disso, obriga os municípios a fiscalizar os serviços, garantindo que a água distribuída esteja dentro dos padrões legais.

Posicionamento do Saae

À Itatiaia, o Saae vai recorrer da decisão. O setor ressalta que o caso em 2017 ocorreu também com outras empresas públicas. Afirma também que não houve contaminação, mas uma alteração da cor da água. E que a inconformidade foi corrigida e não houve registros nos últimos oito anos desse mesmo problema. O Saae ressalta que segue os padrões determinados pela Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento Básico de Minas Gerais (Arisb-MG), que é a agência reguladora.

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Joubertt Telles é graduado em jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Juiz de Fora, em 2010, e possui curso de Processo de Comunicação e Comunicação Institucional pela Fundação Getúlio Vargas. Trabalha na Itatiaia Juiz de Fora desde 2016, como repórter e apresentação. Prêmio Sindicomércio de Jornalismo 2017, na categoria rádio. Prêmios do Instituto Cultura do Samba como destaque do jornalismo local, em 2016 e 2017. Já atuou na Rádio Globo Juiz de Fora, TVE e Diário Regional, além de ter desempenhado função de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Juiz de Fora.
Mayara Fernandes é natural de Juiz de Fora, graduanda em jornalismo pela Faculdade de Comunicação da UFJF. Gosta de ver filmes e ler livros. Estágiaria Web e Design Gráfico em Juiz de Fora desde abril de 2024.