Agonia, desespero, impotência dentro das próprias casas. Estas são as sensações descritas por dois moradores de Juiz de Fora que falaram à Itatiaia sobre o alagamento das residências, as perdas materiais e o trauma de recomeçar.
Eles vivem em bairros próximos na Zona Leste, onde a lama, sujeira e destroços deixam claro que foi a mais afetada pelas chuvas extremas que caíram na segunda (15). Os danos generalizados levaram à declaração de
‘Não deu tempo de salvar nada’
No Bairro Vitorino Braga, Janderson e o filho faziam uma refeição quando o alagamento começou. Ele destaca o trauma de, mais uma vez, ter que recomeçar.
“Foi uma coisa muito rápida, em questão de segundos, a água subiu. Não deu tempo de salvar nada. Mais de dois metros e meio de altura de água. É muita água. É a segunda vez que a gente já perde tudo, como meu vizinho, todos aqui da rua. [A gente] está muito abalado, psicologicamente, falando”.
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— Rádio FM Itatiaia / Juiz de Fora (@ItatiaiaJF) December 17, 2025
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'É desesperador’
Moradora do Linhares há 18 anos, Isabel também teve a casa invadida pelas águas, destruindo móveis, eletrodomésticos e outros materiais. Em 2018, ela também enfrentou situação semelhante. Desta vez, considerou pior.
“Foi terrível. A sensação de agonia, que a gente fica vendo aquela água só subindo sem como sair de casa. Ilhado. Bate um desespero. Eu não sei nem como explicar o sentimento, sabe? Mas é desesperador. A gente está focado na limpeza, conseguiu tirar toda a lama de dentro de casa. A gente está tentando recomeçar”.
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Balanço da Defesa Civil
No balanço divulgado no início da noite desta quarta (17), a Defesa Civil registrou 187 ocorrências. Entre elas, 73 de alagamento; 40 de escorregamento de talude; e 30 de inundação.
Desde a emissão do alerta, Juiz de Fora acumulou 174,8 mm de chuva no bairro Filgueiras, conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), seguido pelo bairro Linhares com 166,76 mm de chuva, e o bairro Grama com 148,87 mm de chuva.
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