Sabe quando não tem nada para comer em casa? Que tal imprimir os alimentos? É isso que pesquisadores da Faculdade de Ciências Químicas e Farmacêuticas da Universidade do Chile têm estudado: eles imprimiram alimentos nutritivos em uma impressora 3D. Os produtos usam purê de batatas e alga cochayuyo como base.
A alga cochayuyo é bastante comum na culinária chilena. Versátil e barata, ela ainda é rica em aminoácidos, minerais e iodo. O purê de batatas ajuda a diversificar o sabor característico do ingrediente: quando se adiciona água quente à mistura, ela se torna uma substância gelatinosa e viscosa, que pode ser usada na impressora 3D.
Os alimentos ficam prontos em apenas sete minutos e podem ter textura, sabor e formato variados. “Procuramos figuras diferentes e divertidas, com visuais, cores, sabores e cheiros variados”, explica Roberto Lemus, autor principal do projeto. “Nos testes, imprimimos um bonequinho de Pokémon, mas nada impede que criemos animais ou qualquer outro tipo de personagem que agrade ao paladar e ao imaginário infantil.”
Como a fabricação é muito rápida, o alimento obtido preserva todas as características nutricionais dos ingredientes in natura. “Ocorreu-me utilizar batatas por causa da quantidade de amido”, lembra Lemus. “Combinado com o alginato de cochayuyo, ele garante a estabilização necessária para o uso em impressoras 3D. Alimentos com motivos infantis podem aumentar o interesse das crianças, geralmente avessas ao consumo de algas.”
Popularização no futuro
Os pesquisadores querem que os produtos sejam saborosos e visualmente agradáveis, para que os consumidores sintam vontade de comê-los. Além disso, apostam que a popularização dos equipamentos de impressão de alimentos possa facilitar o acesso ao permitir a impressão em casa ou centros comunitários de forma mais abrangente e barata. Atualmente, as impressoras podem custar até US$ 10 mil.
No futuro, entretanto, podem ser tão comuns quanto o micro-ondas ou a geladeira. “Você poderá personalizar sua comida e fazer, por exemplo, um hambúrguer à base de farinha vegetal e cochayuyo no formato que desejar. Assim, vai adaptar a comida a seu gosto sem perder o valor nutricional de cada porção”, prevê Lemus.