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Dispensado no São Paulo, Carpini reconstrói Vitória e prova valor no Brasileirão

À Itatiaia, técnico elencou fatores que fizeram o Leão evoluir, sair da lanterna e respirar na luta contra o rebaixamento

Thiago Carpini, técnico do Vitória, orienta jogadores durante partida no Barradão

No dia 18 de abril, o técnico Thiago Carpini foi demitido do São Paulo. Ele não resistiu a uma derrota para o Flamengo por 2 a 1, no Maracanã, pela segunda rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Apenas seis meses depois, o profissional provou seu valor e tornou-se peça fundamental na “engrenagem” do Vitória.

Em 26 partidas, o comandante reconstruiu um time que, antes de sua chegada, não sabia o que era vencer na competição nacional. Com 10 vitórias, quatro empates e 12 derrotas (43,5% de aproveitamento) sob a batuta de Carpini, o Leão saiu da vice-lanterna do Brasileirão e ganhou fôlego na briga contra o rebaixamento.

Hoje, o time rubro-negro ocupa a 14ª posição do Brasileirão, com 35 pontos. Segundo dados do departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Vitória tem, neste momento, 28,8% de chances de cair para a Segunda Divisão. É o menor risco desde o início da Série A.

A evolução é mais notória no segundo turno do certame, quando o Leão conquistou 20 dos 36 pontos possíveis. A equipe baiana tem a sexta melhor campanha da metade final do Brasileiro, perdendo apenas para Palmeiras (25 pontos), Internacional (25), Botafogo (24), Fortaleza (24) e Grêmio (23).

A Itatiaia conversou de forma exclusiva com o treinador, que elencou os fatores que foram essenciais para essa mudança de rumo.

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O que mudou?

Antes da chegada de Carpini, o Vitória tinha conquistado apenas um ponto em cinco rodadas no Brasileirão. À época sob o comando de Léo Condé, campeão da Série B de 2023 e do Campeonato Baiano de 2024, a equipe acumulava quatro derrotas e um empate e ocupava a vice-lanterna da tabela de classificação.

O processo de recuperação não foi imediato. O novo comandante foi eliminado da terceira fase da Copa do Brasil logo em sua estreia, após derrota para o Botafogo dentro do Barradão. Depois, já pela Série A, precisou de quatro partidas para conquistar sua primeira vitória, contra o Internacional.

“Quando eu cheguei, encontrei um grupo sem confiança, até pelo começo ruim. Então foi um processo de apresentar a minha filosofia e fazer o grupo acreditar nela. De que era possível competir no Brasileiro. Gradativamente as coisas foram acontecendo”, destacou Carpini.

Jogadores ‘dispensados’

O treinador não hesitou em estabelecer regras dentro do elenco do Vitória. Após episódios de indisciplina, jogadores como Dudu e Rodrigo Andrade foram emprestados a Novorizontino e Mirassol, respectivamente. Os dois clubes estão na Série B do Brasileiro.

Por motivos diversos, também deixaram o clube o lateral-direito Zeca, o zagueiro Reynaldo, o meia Daniel Júnior, e os atacantes Iury Castilho, Culebra, Mateus Gonçalves e Léo Gamalho.

Reforços que resolvem

Ao mesmo tempo, o treinador teve influência direta na contratação dos reforços que chegaram ao Leão na última janela de transferências. Os seis atletas anunciados pelo clube (Neris, Edu, Ricardo Ryller, Filipe Machado, Carlos Eduardo e Mosquito) têm bons minutos e parcelas de contribuição nas últimas vitórias.

“Fizemos alguns ajustes no grupo, vieram jogadores que estão ajudando bastante. Recuperada a confiança e com a filosofia estabelecida, a confiança aflorou. Acredito que o momento é um conjunto de fatores de pessoas que trabalham muito todos os dias e que buscam sempre o melhor para o Vitória. Ainda temos desafios importantes nesta reta final, mas [estou] muito confiante que vamos conseguir nosso objetivo da permanência na Série A”, projeta Carpini.

Efetividade nos confrontos diretos

Sob o comando de Carpini, o Vitória também tornou-se efetivo nos confrontos diretos do Brasileirão. Dentro do returno, o Leão venceu todos os concorrentes na luta contra a zona de rebaixamento (Cuiabá, Atlético-GO, Juventude, RB Bragantino e Fluminense). De quebra, venceu o Palmeiras no Allianz Parque e empatou com o Atlético na Arena MRV.

“Nos confrontos diretos estamos com bom aproveitamento. Até mesmo quando enfrentamos times da parte de cima da tabela. A gente compete sempre. Não vamos negociar isso. Perder ou ganhar faz parte do jogo. Mas esse elenco mostrou seu caráter e seu compromisso”, finaliza o treinador.

Sequência final

Até o fim do Brasileirão, o Vitória terá sete adversários pela frente: Athletico-PR (fora de casa), Corinthians (em casa), Criciúma (fora), Botafogo (fora), Fortaleza (em casa), Grêmio (em casa) e Flamengo (fora).

O próximo desafio, diante do Furacão, será no sábado (2), às 18h30 (de Brasília), na Ligga Arena, em Curitiba (PR). O confronto direto é válido pela 32ª rodada da Série A.


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Nuno Krause é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte. Antes, foi correspondente da Itatiaia no Nordeste. Formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), acumula passagens por Bahia Notícias, Jornal A TARDE e Rádio Salvador FM.